As Brigadas dos Mártires de al-Aqsa, uma organização radical ligada à Fatah, ameaçaram sexta-feira num comunicado "atacar por todo o lado" em Israel, se o governo israelense aplicar a decisão de princípio de expulsar o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat.
"Dizemos ao criminoso Sharon (o primeiro-ministro israelense) que o seu povo vai pagar caro e que haverá uma nova onda de ataques suicidas que fará explodir todos os seres vivos em Israel", acrescenta o comunicado.
"Atingir Arafat e os seus companheiros vai provocar uma erupção do vulcão da ira palestina que ninguém conseguirá deter. Os prédios e os edifícios públicos (israelenses) serão visados e não faremos distinção entre civis e militares", advertem as Brigadas de al-Aqsa.
O gabinete de segurança israelense tomou quinta-feira a decisão de princípio de expulsar Yasser Arafat de Ramallah, na Cisjordânia, onde o dirigente se encontra sob cerco israelense desde Dezembro de 2001.
A decisão suscitou fortes críticas de toda a comunidade internacional, incluindo dos Estados Unidos. O departamento de Estado americano afirmou que a decisão "não ajudava" as tentativas de paz.
Milhares de palestinos enraivecidos tomaram as ruas de Ramallah, Cidade de Gaza, Nablus, Tulkarem e Khan Younis.
Em Gaza, uma multidão - muitos com rifles e pistolas atirando para o ar - marcharam pela cidade à noite cantando "com o nosso sangue, com as nossas vidas, nós nos sacrificaremos por você, Arafat" e "Ouça Sharon, Arafat não sairá".
O ministro palestino das Relações Exteriores,Nabil Shaath, classificou a decisão israelense de "declaração de guerra".
Em um programa de televisão Arafat disse: "Esta é a terra santa. Ninguém pode me mandar para fora daqui". E respondeu ao repórter que lhe perguntou se ele estava preocupado com a própria vida:"Eles podem me matar mas eu, definitivamente, não sairei"
"A hora , o modo como isso ocorrerá serão decididos separadamente e os serviços de segurança continuarão monitorando a situação e fazendo recomendações sobre o melhor modo, assim como eles fizeram no passado", disse Ra'anan Gissin, porta-voz do primeiro-ministro Ariel Sharon, quando perguntado por repórter da CNN se Israel tiraria Arafat a força de Ramallah.
Segundo ele, o gabinete tomou a decisão de "remover o obstáculo". A questão agora é como fazer isso sem causar danos maiores.