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Pais são condenados por incêndio que matou 6 filhos

03 abr 2013 às 12:29

Os pais de seis crianças que morreram durante um incêndio em casa foram condenados por homicídio culposo em um caso que está sendo descrito como um dos mais chocantes já vistos na Grã-Bretanha.

Philpott Jade, de 10 anos, e os irmãos John, nove, Jack, oito, Jessie, seis e Jayden, de cinco anos, morreram em Derby, na Inglaterra, pouco depois de a casa pegar fogo na manhã do dia 11 de maio do ano passado. Outro irmão, Duwayne, de 13 anos, morreu três dias depois no hospital.


Mick Philpott, de 55 anos, e sua mulher Mairead, de 31, iniciaram o incêndio enquanto os filhos dormiam em um suposto plano para culpar a ex-amante Lisa Willis com quem Mick começaria um processo de disputa da guarda de outras crianças.


Lisa Willis morou com o casal até fevereiro de 2012, mas decidiu sair de casa, levando com ela seus cinco filhos - quatro deles de Mick. Sua decisão teria sido uma reação ao "comportamento manipulador e controlador" de Mick.


"Há indícios de que Philpott não estava preparado para deixar Lisa partir levando com ela os filhos do casal", disse o promotor James House diante do júri. "Ele queria Lisa e seus filhos de volta e disse a várias testemunhas que tinha um plano", acrescentou House.


De acordo com a promotoria, que descreveu o caso como 'doloroso', o plano "deu totalmente errado" dois minutos depois que o fogo começou porque as chamas consumiram a casa rapidamente. O casal, com a participação do amigo Paul Mosley, pretendia colocar todas as crianças em um quarto nos fundos da casa e resgatá-las com um escada, mas não houve tempo.


Segundo os promotores, Mick Philpott queria posar de "herói e vítima", resgatando as crianças e culpando a ex-amante pelo incêndio criminoso horas antes de ela comparecer a um tribunal para discutir com Mick a guarda dos filhos.


Gravações


Dias depois do incêndio, Mick e Mairead se tornaram suspeitos. Peritos encontraram vestígios de petróleo nas roupas do casal e também de Paul Mosley e a polícia obteve permissão para gravar as conversas do casal no quarto do hotel onde estavam hospedados.


Nas gravações, os policiais ouviram Mick pedir claramente a Mairead que "confirmasse sua versão da história" na véspera de ela dar depoimento como testemunha à polícia.


Depois de presos e indiciados, os investigadores ouviram novamente Mick fazer o mesmo pedido à mulher a bordo de uma van que os levava para a primeira audiência no tribunal.


Quando questionados durante o julgamento, o casal justificou que o comentário significava que Mairead não deveria contar aos policiais detalhes sórdidos de sua vida sexual que supostamente teriam incluído uma relação a três, que envolveu Paul Mosley, na noite da tragédia.


Participação na TV e violência


Em 2006, Mick Philpott foi notícia em vários jornais ingleses após pedir ao governo uma casa maior para a família. Pouco tempo depois, ele e Mairead participaram de um programa diário de grande audiência na TV britânica, The Jeremy Kyle Show, em que contaram alguns detalhes sobre sua atribulada vida sexual.


Mick ainda disse que não conseguia trabalho por ter passagem pela polícia. Em 1978, ele esfaqueou a namorada depois que ela terminou o relacionamento. Ao tentar intervir, a mãe da vítima também foi atacada.

Em comunicado lido ao final do julgamento, a irmã de Mick, Dawn Bestwick, disse que "a justiça foi feita". A família de Mairead também se pronunciou dizendo que "as crianças foram mortas da forma mais brutal possível pelas pessoas que mais deveriam amá-las e protegê-las".


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