Mundo

Oposição no Quênia suspende protestos contra eleições

07 jan 2008 às 11:49

O líder da oposição no Quênia, Raila Odinga, suspendeu os comícios nacionais programados para esta terça-feira em protesto aos resultados das eleições presidenciais de 27 de dezembro.
A oposição acusa o presidente Mwai Kibaki, reeleito no pleito, de ter fraudado as eleições e defende a realização de uma nova votação.

A decisão foi tomada depois de uma reunião de Odinga com a enviada especial da ONU ao país, a diplomata americana Jendayi Frazer. Odinga voltou a defender um "processo de mediação internacional" para solucionar a crise.


Mais de 450 pessoas já teriam morrido desde que os protestos contra os resultados das eleições começaram, na semana passada.


Ainda nesta terça-feira, uma autoridade ligada ao presidente Kibaki foi enviada a Gana para conversar com o presidente da União Africana, John Kufuor, possível mediador na crise.


O porta-voz do governo Alfred Mutua disse que o secretário-assistente do Ministério das Relações Exteriores do Quênia, Moses Wetangula, deve se reunir com Kufuor ainda nesta semana.


A oposição defende a presença do presidente da União Africana no país para intermediar as negociações, mas o governo insiste que não há necessidade de um mediador para solucionar o conflito.


Unidade nacional


No fim de semana, Odinga rejeitou uma proposta de Kibaki para a formação de um governo de coalizão nacional.


O líder da oposição disse que um governo de unidade nacional seria "enganar os quenianos, afastando-os seus direitos".


"Nós sabemos como o governo de unidade nacional funciona", disse. "Nós estivemos nessa antes com Kibaki."


O governo anunciou nesta terça-feira ter enviado soldados para desbloquear estradas em várias regiões do país a fim de facilitar o envio de ajuda a milhares de desabrigados.


De acordo com autoridades da ONU, mais de 250 mil pessoas já teriam deixado suas casas para fugir da violência.

As informações são da BBC Brasil.


Continue lendo