Operação conjunta da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) do Pará, Ministério Público do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal libertou 35 trabalhadores - entre eles, três adolescentes - encontrados em situação análoga à de escravidão na Fazenda Bonsucesso, em Paragominas (PA).
A operação foi desenvolvida na semana passada, após denúncia de um trabalhador que fugiu da fazenda em janeiro, de acordo com o chefe da Seção de Inspeção do Trabalho da DRT, José Ribamar Miranda da Cruz.
Ele disse que o trabalhador fugiu da fazenda depois de denunciar que foi torturado pelo empregador. "Ao reivindicar o salário, o dono da fazenda mandou que dois comparsas segurassem o trabalhador e marcou o rapaz com ferro utilizado no gado, nos dois lados do rosto, nos dois braços e no abdômen", contou.
O chefe de inspeção da DRT também afirmou que os empregados da Bonsucesso não recebiam pagamento por seus serviços e viviam em situação degradante, "habitando o curral junto com o gado, com a água e a alimentação em condições precárias".
O dono da fazenda, Gilberto Andrade, pagou R$ 45 mil de indenização aos trabalhadores, mas ainda terá que responder a uma ação penal movida pelo Ministério Público e a uma ação de danos morais pelo trabalhador que denunciou a tortura. Ele vai permanecer na "lista suja" do Ministério do Trabalho, que reúne o nome de empresas e empregadores acusados de praticar escravidão.
O trabalhador que fez a denúncia está sob proteção da Secretaria Especial de Direitos Humanos.
A Agência Brasil não conseguiu localizar Gilberto Andrade, que já havia sido condenado por manter trabalhadores em condições análogas à de escravidão na Fazenda Boa Fé Caru, no Maranhão, conforme a lista do Ministério do Trabalho e Emprego.
Agência Brasil