O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (7) por unanimidade a criação de um grupo de peritos para investigar os responsáveis pelo uso de armas químicas na Síria.
A Rússia, aliada de Bashar Al Assad, votou favoravelmente à resolução, ao lado dos outros quatro membros permanentes – Estados Unidos, China França e Reino Unido – e dos dez não permanentes.
A resolução cria um "mecanismo conjunto de investigação" composto por especialistas das Nações Unidas e da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).
A comissão deve ser formada no prazo de 20 dias e terá um mandato de um ano, prorrogável pelo Conselho por meio de nova resolução. O prazo para a publicação do primeiro relatório é de 90 dias, após o início das investigações.
A missão dos peritos, segundo o texto da resolução, é identificar, tanto quanto possível, indivíduos, entidades, grupos e governos responsáveis pela organização, patrocínio ou perpetração dos ataques com gás de cloro.
O governo sírio é obrigado a "cooperar plenamente" com a comissão, fornecendo "qualquer informação pertinente" e permitindo o acesso aos locais dos ataques para o recolhimento de amostras e depoimentos de testemunhas.
Após a votação, a embaixadora norte-americana, Samantha Power, e o embaixador russo, Vitali Tchurkin, congratularam-se com a rara demonstração de unidade do Conselho de Segurança, paralisado pelas divisões entre os membros permanentes em relação à Síria.
Samantha Power disse que há expectativa de que "esta unidade se manifeste igualmente para encontrar urgentemente uma solução política" para o conflito. O embaixador Tchurkin saudou "um bom exemplo da vontade de cooperar e da perseverança para chegar a um bom resultado".
Contrariamente aos Estados Unidos, Reino Unido e França, que responsabilizam o regime sírio, a Rússia considera não haver provas irrefutáveis da responsabilidade de Damasco pelo uso de armas químicas.