A Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou nesta quinta-feira, por 31 votos contra 15, com sete abstenções, emenda de resolução apresentada pela Costa Rica que condena a repressão de dissidentes em Cuba e pede a libertação dos opositores que estão na cadeia.
No entanto, a ONU aprovou, por 24 a 20, com nove abstenções, pedido apresentado pelo Uruguai, Peru e Nicarágua para que Cuba aceite a visita de um enviado especial da ONU para investigar a situação dos direitos humanos na ilha.
Cuba tem se recusado a receber um representante da ONU, alegando que a visita seria um desrespeito à sua soberania.
Segundo informou a Assessoria de Imprensa do Ministério das Relações Exteriores, em nota divulgada à imprensa, a delegação brasileira se absteve na votação do projeto de resolução sobre os direitos humanos em Cuba e, conseqüentemente, das emendas apresentadas ao texto, "por entender que o tratamento de situações de países, no âmbito da CDH, não deve ser marcado pela seletividade ou ser objeto de politização. Não cremos que atitudes que levam ao isolamento, como embargo econômico sem respaldo em decisão multilateral, sejam produtivos".
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou esta semana por telefone com o embaixador de Cuba, Felipe Perez Roque, e ressaltou a necessidade de se manter aberto o diálogo entre os dois países e expressou a preocupação brasileira com os julgamentos sumários e a aplicação de pena de morte em Cuba.