Não se sabe ao certo quantos moradores de rua existem no Brasil. Os números do Censo Populacional, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não levam em conta essa parcela da população.
O articulador da Pastoral Nacional do Povo de Rua, movimento ligado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Gladston Figueiredo diz que "só a fato dessa população não ser contabilizada pelo censo, isso já é uma discriminação".
A falta de informação faz com que o Governo Federal não tenha dados para desenvolver políticas voltadas para essas pessoas. Por isso, em outubro, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) começa a fazer uma contagem de população de rua. Serão cerca de 2.500 pesquisadores em 23 estados e mais o Distrito Federal. Apenas Belo Horizonte, Recife e São Paulo não vão participar da pesquisa, pois os governos estuais já haviam feito o levantamento desses dados.
Figueiredo afirma que fazer uma contagem nacional dessa população é um grande passo para que se possa promover a inclusão social dessas pessoas.
"Tem dois focos centrais que precisam ser abordados pelo governo: a questão da habitação e a geração de trabalho e renda. Isso é fundamental. Tem também a questão dos direitos humanos, a educação, a cultura e a saúde. Muitos moradores não tem como ter acesso à saúde", diz.
ABr