Moungi Bawendi, Louis Brus e Alexey Ekimov foram agraciados nesta quarta-feira (4) com o Prêmio Nobel de Química em 2023.
Segundo a Real Academia de Ciências da Suécia, responsável pela honraria, o trio foi escolhido pela "da descoberta e síntese dos pontos quânticos" e dividirão um prêmio de 11 milhões de coroas suecas, o equivalente a cerca de R$ 5,1 milhões.
"O Nobel de Química 2023 premia a descoberta e desenvolvimento de pontos quânticos, nanopartículas tão pequenas que seu tamanho determina suas propriedades. Esses menores componentes da nanotecnologia agora espalham sua luz em televisores e lâmpadas de LED e também podem orientar cirurgiões quando eles removem tecidos de tumores, entre muitas outras coisas", pontua um comunicado da instituição.
Os fenômenos quânticos acontecem em nível subatômico, e os laureados com o Nobel conseguiram produzir partículas tão pequenas cujas propriedades são governadas por esse sistema. Essas partículas, os pontos quânticos, são atualmente de grande importância na nanotecnologia.
No início dos anos 1980, Ekimov, cientista nascido na extinta União Soviética, conseguiu criar efeitos quânticos dependentes do tamanho em vidros coloridos. As cores eram provenientes de nanopartículas de cloreto de cobre, e o químico demonstrou que seu tamanho determinava o tom do vidro por meio de efeitos quânticos.
Pouco depois, Brus se tornou o primeiro cientista no mundo a comprovar os efeitos quânticos dependentes do tamanho em partículas que flutuavam livremente em um fluido. Já em 1993, Bawendi revolucionou a produção química de pontos quânticos, obtendo partículas quase perfeitas e que poderiam ser utilizadas em diversas aplicações.
"Os pontos quânticos agora iluminam monitores de computador e telas de televisão baseadas na tecnologia QLED. Eles também acrescentam nuances à luz de algumas lâmpadas de LED, e bioquímicos e médicos os utilizam para mapear tecidos biológicos", informa a Real Academia de Ciências da Suécia.
"Os pontos quânticos estão, portanto, trazendo grandes benefícios para a humanidade. Os pesquisadores acreditam que, no futuro, eles podem contribuir para uma eletrônica flexível, sensores menores, células solares mais finas e comunicação quântica criptografada, então apenas começamos a explorar o potencial dessas minúsculas partículas", acrescenta.