As autoridades militares de Mianmar libertaram a líder e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi da prisão domiciliar na manhã deste sábado (13).
Assim que barricadas cercando sua casa em Yangun, a maior cidade do país, foram removidas, a ativista apareceu diante de cerca de 3 mil partidários, que se aglomeravam no local.
Segundo o correspondente da BBC em Bangcoc Alastair Leithead, ao cumprimentar a multidão, Suu Kyi recebeu de simpatizantes uma flor que foi colocada em seu cabelo - sua marca registrada.
Fontes em Mianmar informam também que a Nobel da Paz já falou com seu filho mais novo, que vive na Tailândia, pelo telefone. Ele ainda não conseguiu um visto para voltar ao país.
Neste sábado, terminou a pena mais recente de Suu Kyi, de 18 meses. Nos últimos 21 anos, ela permaneceu presa por um total de 15.
Horas antes, seu advogado Nyan Win disse que ela não aceitaria ser libertada caso fosse proibida de exercer atividades políticas.
A junta militar que governa o país restringiu suas viagens e sua liberdade de associação durante breves períodos de liberdade anteriores, e exigiu que ela deixasse a política.
Suu Kyi, de 65 anos, deveria ter sido libertada em 2009, mas uma nova condenação de 18 meses foi anunciada após o caso de um americano que atravessou a nado o lago Inya até sua casa dizendo que iria salvá-la
Expectativa
Os admiradores e partidários esperaram em frente à casa da Nobel da Paz por dois dias consecutivos.
Na última sexta-feira, 2 mil apoiadores de Suu Kyi se reuniram também na sede do seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (NLD). No entanto, um membro do partido pediu que eles retornassem neste sábado.
Os documentos que autorizaram a libertação da prêmio Nobel foram assinados na última sexta-feira, segundo fontes da BC no país.
O advogado Nyan Win disse que a ativista deveria encontrar a mídia e o público na sede do NLD.
O partido venceu as eleições de Mianmar, em 1990, mas nunca conseguiu assumir o poder.
Suu Kyi ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991, pela sua luta por reformas democráticas no país.