O fim da discriminação em hospitais e postos de saúde públicos é uma das exigências que mulheres homossexuais levam para a 13ª Conferência Nacional de Saúde, que se realiza até domingo no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.
De acordo com a articuladora nacional da Liga Brasileira de Lésbicas, Silvana Conti, as pacientes não-heterossexuais são preteridas no atendimento na rede pública de saúde.
"Muitas lésbicas não são bem recebidas nos programas de saúde do governo. As homossexuais precisam ser atendidas de acordo com as suas especificidades – e isso não ocorre. Um grande número dessas mulheres tem sofrido de câncer de mama e de colo do útero, porque elas ficam constrangidas para procurar o serviço de saúde", explicou.
Entre as barreiras apontadas por mulheres homossexuais, Conti citou a falta de preparo dos profissionais de saúde para lidar com as diferenças. Segundo ela, a conferência tem sido oportuna para discutir o assunto.
"Nós temos feito um esforço para que os trabalhadores de saúde sejam sensibilizados e preparados para acolher as lésbicas. Quando uma homossexual procura um ginecologista, geralmente o médico pergunta sobre os métodos contraceptivos usados. Nós não conseguimos nem abrir diálogo para explicar a nossa orientação sexual. Nessa conferência, queremos colocar esse tema em pauta", afirmou.
O secretário municipal de Saúde de Belo Horizonte, Helvécio Magalhães, disse não ter informações sobre atitudes preconceituosas no atendimento, quanto à orientação sexual. "Não tenho conhecimento dessa discriminação. A orientação geral do SUS é de que haja tratamento com impessoalidade. Não discriminar é, inclusive, uma questão legal", garantiu.
Magalhães, que integra o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, recomendou às pacientes, em casos de atendimento desrespeitoso, denunciar os funcionários envolvidos. "Isso não pode acontecer, mas caso ocorra, os pacientes de cada ponto desse país precisam denunciar. E o casos devem ser investigados", concluiu.
ABr