A 2ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, realizada em Brasília, vem sendo marcada pelas manifestações em torno da legalização do aborto.
Durante a cerimônia de abertura, na última sexta-feira, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, houve manifestação da Marcha Mundial de Mulheres exigindo a legalização do aborto no país. Neste domingo, mulheres com graves seqüelas, vítimas do aborto inseguro praticado no Brasil, fazem manifestação pela legalização dessa prática
Schuma Schumacher, integrante do Conselho Nacional de Direitos da Mulher (CNDM) e organizadora da conferência, afirmou que a proposta [de descriminalizar] saiu em vários estados como uma emergência e uma necessidade. "Não podemos mais conviver com uma lei que impõe à sociedade o que apenas uma parcela quer", afirmou, acrescentando que "o Estado é laico".
A representante da Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) Ana Falú ressaltou, na abertura do evento, a importância de o governo brasileiro "avançar na garantia dos direitos da mulher sobre o próprio corpo".
As formas para garantir a autonomia das mulheres e a independência são os principais assuntos discutidos na conferência, que teve início na sexta-feira. Até segunda-feira, será discutido como as três esferas de governo - federal, estadual e municipal - podem atuar para melhorar a vida das mulheres com desenvolvimento social e sustentabilidade ambiental.
A Conferência Nacional de Mulheres reúne cerca de 2,8 mil participantes escolhidas por votações em encontros estaduais. Além de discutir um plano nacional de políticas públicas no âmbito das três esferas de governo, também vai avaliar a aplicação das medidas propostas em um documento de 2004.
Com informações da ABr