As mulheres de controladores de vôo estão representadas no 13º Grito dos Excluídos. Elas participam da manifestação para mostrar a exclusão que seus maridos vêm sofrendo na área militar, desde o final do ano passado, quando houve o acidente com o avião da GOL, que resultou na morte de mais de 150 pessoas, no norte do Mato Grosso. Segundo elas, de lá pra cá a situação desses profissionais só tem se agravado.
"A gente está se sentindo, neste momento, de uma certa forma, excluída, porque as forças militares declararam guerra contra os controladores. As forças militares como um todo têm se colocado contra os controladores. Estamos em condição de povo rebelado, eles estão nos tratando assim", disse Lúcia da Silva, que coordena o Movimento das Famílias de Controladores de Vôo por Dias Melhores.
Ela disse que por três vezes esteve na Esplanada dos Ministérios para assistir ao desfile oficial e que esta é a primeira vez que se uniu à Marcha dos Excluídos. Segundo Lúcia, quem assiste ao desfile militar não tem idéia de como funciona a rotina nos quartéis.
"Os militares têm esse lado dessa pompa toda, dessa beleza que a gente vê no desfile, mas dentro dos quartéis a coisa é outra e hoje os controladores estão sentindo realmente essa ditadura sobre eles".
Lúcia ressaltou que o movimento está aproveitando todas as oportunidades para mostrar à sociedade o assédio moral de que são vítimas esses profissionais. Ela ressaltou que os controladores não podem participar de manifestações como o Grito dos Excluídos, sob pena de punição, de acordo com as regras militares.
"Eles não podem exercer nem seus direitos de cidadania, nem de longe, porque podem ser acusados de estar participando do movimento". Segundo ela, apenas quatro mulheres de controladores participam da manifestação, já que o convite que o movimento recebeu do P-SOL chegou em cima da hora.
As mulheres de controladores levam faixas denunciando a repressão e o assédio moral que sofrem seus maridos.
ABr