A morte de 73 pessoas ontem no Egito, durante uma partida de futebol, provocou hoje (2) uma série de demissões. O primeiro-ministro egípcio, Kamal Al Ganzouri, anunciou que os dirigentes do time Porto Said e o governador do estado, que representa o clube, deixaram os cargos, assim como o diretor dos Serviços de Segurança da região, Essam Samak.
Paralelamente, o governo federal reforçou a segurança não só em Porto Said, mas também nas principais avenidas do Cairo, a capital egípcia. O Exército foi convocado para ajudar na segurança. Sem dar mais detalhes sobre as demissões, Ganzouri disse que foram aceitos os pedidos de demissão das autoridades.
Nessa quarta-feira, torcedores do time Al Ahly (do Cairo) e do Zamalek (de Porto Said, na costa) se enfrentaram durante o jogo de futebol. A confusão ocorreu depois de o árbitro ter apitado o fim do jogo, cujo placar foi 3x1 para o Al Ahly. As autoridades do Egito decretaram luto oficial. Além das 73 mortes, várias pessoas ficaram feridas.
Em protesto contra a violência, foram organizadas hoje manifestações no Cairo. Manifestantes interromperam o tráfego nas principais avenidas da capital para ocupar a Praça Tahir, no centro. O local se tornou o símbolo da contestação nacional desde a renúncia do ex-presidente Hosni Mubarak, no ano passado.
De acordo com relatos, o policiamento no estádio onde houve o jogo era insuficiente e havia torcedores com facas e objetos cortantes. A tragédia ganhou o nome entre os egípcios de Massacre de Porto Said.