O presidente do Equador, Lenín Moreno, saiu vitorioso do referendo que coloca, entre outras coisas, um ponto final nas reeleições indefinidas no país. Segundo dados divulgados na manhã desta segunda-feira (5) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com pouco mais de 70% das urnas apuradas, 64,6% dos 10 milhões de votos optaram pelo "sim" nas sete perguntas da consulta popular.
"Com essa clara porcentagem, é difícil que os resultados mudem", disse a vice-presidente do CNE, Ana Marcela Paredes. Com isso, Moreno "derrotou" seu mentor e ex-presidente Rafael Correa, que sempre demonstrou a intenção de voltar ao poder após a saída do atual mandatário. "Todos, começando pelo governo, estamos obrigados a concretizar este mandato sem nenhuma demora. Todos estamos obrigados a respeitar e a honrar a voz de nosso povo, a ser responsáveis com essa clara e contundente vitória que teve o 'Sim'", disse Moreno em pronunciamento.
Já nas redes sociais, o atual mandatário destacou que a democracia "triunfou" no Equador e que todos se manifestaram "de maneira clara e contundente, livre e democrática, sobre o futuro que queremos para nossos filhos". Com a vitória de Moreno, haverá uma mudança na Constituição - que havia sido alterada em 2015 e que tinha recebido amplo respaldo de Correa. Para o ex-presidente, o seu "ex-aliado" é um "traidor" que quer "acabar" com as conquistas sociais de seu governo.
As outras questões, que ainda não tiveram todos os votos computados, incluíam a "morte civil para os corruptos", ou seja, quem for condenado por crimes de corrupção não poderá disputar cargos públicos em eleições; uma reestruturação do Conselho de Participação do Conselho Cidadão; o fim da prescrição para crimes sexuais contra menores de idade; a restrição da exploração de metais em áreas protegidas e urbanas; a eliminação de uma lei que evita a especulação de terras; e a proteção do Parque Nacional Yasuní.