Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Quarto país a realizar o feito

Missão indiana Chandrayaan-3 pousa na Lua com sucesso nesta quarta

Salvador Nogueira - Folhapress
23 ago 2023 às 20:35

Compartilhar notícia

- Divulgação
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A missão Chandrayaan-3 conseguiu pousar com sucesso na superfície da Lua nesta quarta-feira (23). A alunissagem bem-sucedida torna a Índia o quarto país a realizar o feito, depois de Rússia (então União Soviética), Estados Unidos e China. Isso além de ser o primeiro a fazer uma descida no polo sul lunar, região mais desafiadora para pousos que a faixa equatorial.


O toque suave sobre a superfície lunar se deu às 9h33 (pelo horário de Brasília), após cerca de 1 minuto de frenagem conduzida pelos propulsores do módulo de pouso. O sucesso foi transmitido ao vivo pela Isro (a agência espacial indiana) e contou com um discurso do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, falando da África do Sul, onde participa da reunião dos Brics.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Festejando a realização como o começo de uma nova era, o premiê indiano, alternando entre hindi e inglês, destacou o ineditismo da realização. "Nenhum país chegou lá [no polo sul da Lua] antes. Com o trabalho duro de nossos cientistas nós chegamos lá."

Leia mais:

Imagem de destaque
Após acusações de má-conduta

Equipe de Trump tem primeira baixa e escolhido para Departamento de Justiça renuncia à indicação

Imagem de destaque
Beato

Carlo Acutis, o primeiro santo influencer, será canonizado em abril de 2025, anuncia papa Francisco

Imagem de destaque
Igreja católica

Papa muda regra e pede para ser enterrado em caixão simples de madeira

Imagem de destaque
Tributação progressiva

Taxação dos super-ricos é aprovada em declaração de líderes do G20


Em inglês, ele apresentou o sucesso como uma realização em prol de toda a humanidade e destacou que todos podem ambicionar a Lua, inclusive os países do chamado Sul Global.

Publicidade


Foi a segunda tentativa por parte dos indianos de descer à superfície lunar com uma sonda não tripulada, depois da Chandrayaan-2, lançada em 2019, que contava com um orbitador lunar (ainda em operação), e um módulo de pouso contendo um rover. Durante a aproximação final para a alunissagem, em 6 de setembro daquele ano, o módulo se espatifou no solo lunar –após o que foi diagnosticada como uma falha de software na operação dos motores de descida.


Quase quatro anos depois, a Chandrayaan-3 é uma versão aprimorada do módulo de pouso Vikram e do rover Pragyan usados naquela tentativa. Lançada em 14 de julho último, ela desta vez não contou com um orbitador, mas com um simples módulo de propulsão para as manobras orbitais.

Publicidade


O caminho para a Lua foi essencialmente o mesmo nas duas ocasiões, com uma inserção à órbita terrestre, seguida por manobras para ampliação gradual do apogeu (ponto de máximo afastamento da Terra), até a captura pela gravidade lunar. Dali, seguiu-se manobra inversa, com o módulo de propulsão gradualmente circularizando a órbita da Chandrayaan-3 em torno da Lua, com uma altitude média de quase 160 km, o que foi atingido na quarta-feira passada (16).


Depois disso, o módulo de propulsão foi ejetado e os quatro motores do Vikram se encarregaram de ajustar a trajetória para uma órbita pré-pouso (justamente o que falhou no último sábado com a missão russa Luna-25), com perilúnio (ponto mais próximo da superfície lunar) de 25 km e apolúnio (ponto mais distante) de 134 km.

Publicidade


É justamente da baixa altitude de 25 km que o Vikram iniciou o procedimento final de descida para a superfície, mirando uma região próxima ao polo sul lunar, entre as crateras Manzinuz e Boguslawsky (localizadas na face voltada para a Terra, o que permite a comunicação direta entre o equipamento e as antenas de comunicação espalhadas pelo planeta).


Com o sucesso do pouso, a Chandrayaan-3 (o nome significa simplesmente "nave lunar" em sânscrito) passa a cumprir dois objetivos adicionais: realizar observações e experimentos com os instrumentos a bordo do módulo de descida Vikram ("valor") e demonstrar as capacidades do pequeno rover Pragyan ("sabedoria").

Publicidade


Uma das grandes expectativas com a missão é, com a descida no polo sul, talvez fazer a primeira detecção em solo da presença de água (na forma de cristais de gelo). De fato, existem evidências de que há gelo no interior de crateras polares onde a luz solar nunca alcança, colhidas pelas sondas americanas Clementine (1994) e Lunar Prospector (1998), e coube a outra sonda indiana, a orbitador Chandrayaan-1, detectar sinais de que mesmo regiões iluminadas (como o local onde desceu a Chandrayaan-3) podem ter alguma quantidade de moléculas de água presas em meio ao regolito (solo) lunar.


Esse, por sinal, é o principal interesse por trás de uma recente corrida ao polo sul lunar, com missões chinesas, russas, indianas e americanas mirando aquela região. Água é um recurso valiosíssimo no espaço, por permitir não só o consumo direto por astronautas como também a produção de oxigênio (para consumo e reações de combustão) e hidrogênio (como combustível).

Publicidade


Além disso, os polos, sobretudo em regiões permanentemente iluminadas, apresentam condições térmicas mais benignas para estadias de longo prazo na superfície. Tanto americanos como chineses ambicionam a eventual instalação de uma base tripulada permanente na região.


O módulo de pouso Vikram tem embarcados três instrumentos, um para medir fluxos de íons e elétrons próximos à superfície, outro para realizar medições das propriedades térmicas da superfície lunar próximo ao polo e um terceiro para medir abalos sísmicos e com isso ajudar a investigar a estrutura interna da Lua.

Publicidade


Já o rover Pragyan conta com dois instrumentos, um espectrômetro de raios X para investigar a composição química e mineralógica do solo, e um espectroscópio a laser para identificar a presença de elementos químicos específicos no solo e em rochas.


Por fim, o descartado módulo de propulsão, mantido em órbita da Lua, tem um experimento para estudar o espectro (a "assinatura de luz") da Terra visto de longe, como forma de compará-lo ao de planetas fora do Sistema Solar, sendo observados atualmente por vários telescópios, em particular o James Webb.


Ainda que essas cargas úteis apresentem sucessos apenas parciais ao longo da duração da missão, terá sido um resultado espetacular para o programa espacial indiano.


O prazo de validade do Vikram e do Pragyan é de cerca de 14 dias –o tempo que dura a fase diurna do dia lunar. Ambos não foram projetados para sobreviver ao frio que recai sobre o satélite natural durante a noite.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo