No Brasil, mais de 100 pessoas são mortas por armas de fogo todos os dias, sendo que no Rio de Janeiro a taxa de mortes por armas é maior que o dobro da média nacional. A informação consta do relatório sobre criminalidade e violência divulgado nesta segunda-feira (1º) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O estudo indica que o aumento da violência no Brasil faz com que o mercado de segurança no país movimente cerca de 10% (US$ 49 bilhões) do Produto Interno Bruto brasileiro (PIB), a soma de todos as riquezas produzidas. Em 2006, as companhias de segurança privadas empregaram 1,5 milhão de pessoas.
Embora participe com somente 0,17% da população mundial, o estado de São Paulo responde por 1% dos homicídios em nível global. O relatório indica que no estado a criminalidade aumentou junto com o ritmo veloz de urbanização (crescimento anual de 5%) levando a que, em 1999, a cidade tenha registrado 11.445 homicídios – número 17 vezes mais do que o registrado em Nova Yorque, com 667 homicídios.
O relatório da ONU ressalta a presença de risco nas favelas do Brasil e, em particular, do Rio de Janeiro, onde "várias pessoas morrem a cada ano". Entre 1978 e 2000, 49,9 mil pessoas foram assassinadas nas favelas da cidade, aponta o estudo. E ressalta que neste mesmo período, na Colômbia, por exemplo, o número de mortes por homicídio chegou a 39 mil pessoas.