O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, disse na terça-feira (17), em Nova York, que o menino brasileiro, de 7 anos e que está em um abrigo na cidade, deve ser entregue ao pai ainda nesta semana, e ambos devem retornar ao Brasil. Segundo o ministro, o retorno ao país é a vontade da família. "Essa criança está em uma situação específica, porque ela e o pai querem voltar para o Brasil", disse Rocha.
O menino havia sido separado do pai, que, segundo o ministro, está no Texas, depois de ambos terem atravessado de maneira supostamente ilegal a fronteira entre o México e os Estados Unidos. A visita de Gustavo Rocha a Nova York teve como foco a visita à instituição onde está o garoto, já que, de acordo com o ministro, havia uma preocupação maior com esse caso, pelo fato de o garoto ser o único brasileiro no abrigo e não haver crianças de sua idade para conversar em português. Segundo Rocha, isso poderia gerar uma "situação de vulnerabilidade maior".
Conforme Gustavo Rocha, uma das psicólogas do abrigo, visitado na terça-feira (17), fala português. Rocha disse que o abrigo tem boas condições, que a criança divide o quarto com apenas mais um menor, estuda diariamente e tem horário para lazer e esportes, assim como nos abrigos visitados por ele em Chicago.
Segundo o ministro, os abrigos não são os mesmos daqueles que apareceram em fotos divulgadas pela imprensa internacional, que mostravam as crianças em locais com grades, dormindo em colchões no chão e com cobertores de alumínio. "É um abrigo bem estruturado, mas isso não traz nenhum tipo de conforto nem alento", disse o ministro, destacando que a política do governo norte-americano de separar famílias "é um absurdo". O ministro também qualificou a política de inaceitável.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio Nunes, já havia classificado a prática como cruel. Segundo dados do Itamaraty desta segunda (16), ainda há 40 crianças separadas dos pais nos Estados Unidos como decorrência da política de tolerância zero com a imigração ilegal promovida pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, desde maio.
A Justiça norte-americana ordenou que o governo dos Estados Unidos reunifique todas as famílias separadas até o próximo dia 26, mas ainda não está claro como será feita.