Um atentado suicida matou pelo menos 31 pessoas dentro de uma área militar na cidade de Mardan, no noroeste do Paquistão. Autoridades afirmam que o ataque foi realizado por um menino-bomba, que usava um uniforme escolar.
O atentado ocorreu em uma área destinada a desfiles no Centro do Regimento Punjab do Exército paquistanês. O oficial da polícia Abdullah Khan disse à BBC que o jovem que realizou o ataque usava um uniforme da Escola Aziz Bhatti, próxima ao local.
O menino-bomba acionou os explosivos às 8h (1h, horário de Brasília), enquanto diversos recrutas faziam treinamento físico, disse o policial.
Ataques covardes
"Ataques covardes como este não podem afetar o moral das agências de segurança e a determinação da nação em erradicar o terrorismo", afirmou o primeiro-ministro paquistanês, Yusuf Raza Gilani, em pronunciamento.
O correspondente da BBC em Islamabad Aleem Maqbool disse que o Exército é alvo constante de ataques nesta região do Paquistão, onde o Talebã possui vários militantes. Outro atentado realizado no mesmo local, em 2006, matou 20 soldados.
Em julho de 2010, um grupo de militantes escalou um muro na parte de trás da base militar para realizar um ataque com tiros e explosivos, mas foi rechaçado pela polícia e por soldados.
Atentados realizados por jovens tornaram-se algo comum na região. Há relatos de que campos secretos onde crianças entre 10 e 12 anos eram treinadas para realizar ataques suicidas foram descobertos pelo Exército do Paquistão.
Ofensiva
O ataque ocorre dias depois que autoridades do país iniciaram uma grande ofensiva contra militantes islâmicos na região tribal de Mohmand, perto de Mardan, que é tradicionalmente um refúgio de militantes do Talebã e da Al-Qaeda.
Milhares de pessoas deixaram a área depois que o Exército usou helicópteros e armas pesadas para encurralar suspeitos. Maqbool afirma, no entanto, que os combatentes islâmicos normalmente se misturam aos civis enquanto estes buscam refúgio durante estas ofensivas.
O governo do Paquistão apoiou o Talebã quando o grupo estava no poder no Afeganistão, entre 1996 e 2001, mas tornou-se aliado dos Estados Unidos durante a invasão do país vizinho, logo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Islamabad nega acusações de que esteja fazendo pouco para combater os militantes muçulmanos. O governo alega que mais de 2,4 mil soldados já morreram desde 2002.