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Médicos discutem órgãos de feto sem cérebro

08 set 2004 às 18:22

O plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM) se reuniu, nesta quarta-feira, para apreciar uma resolução cuja proposta é aprovar o uso de órgãos de fetos anencéfalos para transplante.

Para o 2ª vice-presidente do CFM e relator da resolução Marco Antonio Becker, a decisão é importante não apenas do ponto de vista ético, mas social. "Crianças com problemas cardíacos só podem receber o coração de uma outra criança, então sob o ponto de vista social isso é muito importante. Há milhares de crianças esperando por um transplante cardíaco e os órgãos de anencéfalos estão sendo desperdiçados e muitas vidas perdidas", defende.


O presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB), Volnei Garrafa, é a favor da resolução proposta pelo CFM. "Eu acho que o conselho tem uma posição correta de avançar nesse sentido da utilização desses órgãos. O conceito de morte no Brasil, já aceito e legalmente definido, é o conceito de morte encefálica. Se o encéfalo não existe esse feto não está mais vivo, então esses órgãos podendo ser aproveitados para salvar a vida de outras crianças", diz.


Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que no Brasil, a cada 10 mil crianças nascidas vivas, 8,6 são fetos anencéfalos. Por ano, a média brasileira é de 615 mortes em decorrência dessa doença.

Informações da ABr


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