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Médicos denunciam pressão dos convênios

26 jun 2003 às 21:45

Médicos denunciaram nesta quinta-feira, na CPI dos Planos de Saúde, que as operadoras interferem em demasia no trabalho dos credenciados. O Conselho Federal de Medicina e a Federação Nacional dos Médicos entregaram uma pesquisa, feita no ano passado, em que 93% dos médicos entrevistados reclamam disso. Foram ouvidos 2.160 médicos escolhidos aleatoriamente entre os registrados em conselhos regionais.

O deputado Jamil Murad (PC do B/SP) disse que o presidente do CFM, Edson Andrade, traduziu o resultado a pesquisa. Ele informou que os planos exigem que os médicos restrinjam os exames e façam a internação do paciente só no dia da cirurgia. O normal é internar na véspera para monitorar o sistema circulatório, pressão e condições cardíacas. ''Os planos estão interferindo de maneira irregular e inaceitável no trabalho do médico para garantir o lucro máximo e prejudicar o paciente'', reclamou Murad.

O CFM também queixou-se que os reajustes cobrados dos consumidores não são repassados aos credenciados. Segundo levantamento do CFM, entre 1996 e 2000, as mensalidades dos planos de saúde aumentaram 94% mas os médicos não receberam correção pelos serviços prestados. ''Não há lei ou poder moderador que determine que o médico se beneficie das correções das mensalidades'', lamentou Murad, autor da convocação das entidades médicas para a audiência pública da CPI dos Planos de Saúde.


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