A ampliação do ensino médio para quatro anos é uma das propostas que serão discutidas no seminário "Ensino Médio – Construção Política", que começa, nesta quarta-feira, em Brasília. A idéia é que os estudantes tenham a possibilidade de se preparar melhor para entrar na universidade e no mercado de trabalho.
A proposta, ainda em estudo no Ministério da Educação, pode ser adotada a partir de 2007. Esse quarto ano não será obrigatório para os estudantes, que poderão fazer vestibular normalmente após o final da terceira série do ensino médio. Mas a oferta desta opção pelos estados e municípios será obrigatória, se a proposta for adotada.
Com esta mudança, o secretário de Educação Média e Tecnológica, Antonio Ibañez, acredita que os adolescentes terão uma formação mais completa. "A Lei de Diretrizes e Bases prevê uma carga horária mínima de 3.200 horas. O diagnóstico que temos é que o que era para ser o mínimo oferecido, na prática, tem sido o máximo", explicou Ibañez.
Serão três modalidades de curso: uma para quem quer fazer faculdade, outra para alunos que optarem pelo ensino técnico e a última para quem deseja, ou precisa, entrar logo no mercado de trabalho.
No caso do curso voltado para a universidade, Ibañez esclarece que o objetivo não é transformá-lo num pré-vestibular. Mas ao estudar novos conteúdos, o aluno também acabará revisando o que aprendeu nos anos anteriores.
As aulas não serão uma revisão, mas uma complementação para melhorar o futuro desempenho acadêmico. Segundo o secretário, muitos alunos entram despreparados na universidade e têm dificuldade de acompanhar as aulas. "Hoje, tem universidade dando disciplinas preparatórias para as que são de introdução do curso".
As outras duas modalidades terão caráter mais prático, dando conhecimentos técnicos na área de escolha do aluno seja para cursar o ensino profissionalizante ou para conseguir um emprego. Cada escola terá que oferecer apenas uma das três opções de curso. Ao concluírem o quarto ano, os alunos receberão um certificado.
Mas antes que esta proposta seja adotada, Antonio Ibañez destaca que é preciso outras mudanças estruturais na educação que garantam o acesso e a permanência do aluno na escola. Entre elas, a valorização do professor e a universalização do ensino médio. Propostas que também serão discutidas durante o seminário que tem o objetivo de dar início a um processo de elaboração conjunta de políticas para a melhoria da educação média.
A universalização é um projeto que terá início já no próximo ano. Hoje, apenas o ensino fundamental é obrigatório, ou seja, estados e municípios devem garantir a oferta de vagas e os pais, matricular seus filhos. A partir de 2004, a primeira série do ensino médio também será obrigatória. Em 2005, a segunda série; e, em 2006, a terceira.