Durante todo este mês Marte e Terra estarão alinhados com o Sol. As condições para a observação do planeta vermelho serão as melhores desde 57.617 a.C, já que, nesta quarta, ocorre a aproximação máxima entre os dois planetes: 55 milhões de quilômetros.
Os melhores horários para observar o planeta, desde que o céu esteja limpo, são entre 17h51 desta quarta-feira e 1h14 de quinta. A olho nu, a visão não será tão boa como a de um telescópio - qur permitirá ver traços da superfície, como as calotas polares -, mas será possível notar o brilho extra de Marte.
Segundo o astrônomo Thiago Christofoletti, do Centro de Estudos do Universo (Ceu), em Brotas (SP), Marte será o astro mais brilhante nas noites estreladas depois da Lua e de Vênus.
"A imagem mais impressionante é a calota polar marciana, que é formada por uma mistura de gelo e gás carbônico. A calota reflete a luz do Sol e aparece como uma enorme mancha branca. Tecnicamente, o homem de Neandertal foi o último que teve uma melhor visão do planeta vermelho", diz Thiago.
A aproximação dos dois planetas ocorre a cada 17 anos, mas há milênios os dois não ficavam tão próximos quanto dessa vez. Em 1986, quando o fenômeno ocorreu pela última vez, a distância registrada foi de 58 milhões de quilômetros.
Além de proporcionar um belo espetáculo, a proximidade permitirá aos astrônomos fazer observações mais acuradas das alterações que ocorrem na superfície marciana.
Thiago explica que por meio de um telescópio, Marte apresenta uma coloração alaranjada e algumas estruturas interessantes, como calotas polares e grandes regiões escuras que lembram - mas não são - grandes continentes.
Apesar das diferenças, Marte ainda é considerado, entre os planetas conhecidos, o mais parecido com a Terra. "Certamente, também será o alvo mais fácil para os primeiros viajantes em busca da conquista de um outro planeta", diz Thiago.