Madre Teresa de Calcutá foi proclamada santa neste domingo (4) pelo papa Francisco, após 19 anos da sua morte e 17 anos desde a abertura de seu processo canônico.
Vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Madre Teresa foi uma das mulheres mais influentes dos 2.000 anos de história da igreja, aclamada por seu trabalho com os mais pobres do mundo nas favelas da cidade indiana de Calcutá.
O papa João Paulo II quebrou as regras da Igreja Católica, que exigia um período de cinco anos para abertura do processo canônico desde a morte da pessoa, somente para contemplar Madre Teresa de Calcutá. Iniciado em fase diocesana em 26 de julho de 1989, o processo canônico de Madre Teresa foi finalizado em 19 de outubro de 2003, quando o próprio João Paulo II a declarou beata.
Depois, seu processo ganhou prosseguimento para ser declarada santa. E foi um milagre no Brasil que permitiu a canonização da religiosa nascida na Albânia que dedicou sua vida aos pobres, em Calcutá, na Índia, e venceu um Nobel da Paz em 1979. O milagre se refere à cura inexplicável do brasileiro Marcilio Haddad Andrino, que apresentava um caso grave de inflamação cerebral em 10 de setembro de 2008. "Hoje temos a alegria de ver Madre Teresa de Calcutá proclamada santa. Ela merece", disse o papa Francisco.
O Vaticano reforçou a segurança para receber milhares de peregrinos para a cerimônia de canonização, que aconteceu às 10h (horário de Roma). Todos os 100 mil bilhetes de entrada foram distribuídos. Uma grande cratera se abriu na rua San Pio X, próximo da Praça São Pedro, onde ocorreu a missa de canonização. Os bombeiros acreditam que o buraco foi aberto pela ruptura de tubulações de água. A via está fechada e o trânsito foi interrompido.
Críticas
Embora criticada durante a vida e após a morte, Madre Teresa é reverenciada pelos católicos como um modelo de compaixão que levou alívio aos doentes e moribundos, abrindo filiais de suas Missionárias da Caridade (M.C.) em todo o globo.
Na cultura popular ela é conhecida pela bondade, gentileza e caridade, mas seus críticos a veem de outro modo, argumentando que ela fez pouco para aliviar a dor de doentes terminais e nada para erradicar as causas da pobreza.