O presidente Luiz Inácio Lula da Silva entende que a execução do ex-ditador do Iraque Saddam Hussein não resolve os problemas de violência naquele país. Segundo Lula a situação somente será solucionada quando as decisões forem tomadas pelos próprios iraquianos. "Enquanto tiver gente de fora dando palpite na política do Iraque, ela não vai dar certo", disse. Lula comentou a morte de Saddam neste sábado (30) durante entrevista concedida a jornalistas após inaugurar em Brasília uma exposição com fotos da campanha eleitoral pela reeleição. "Eu sou contra a pena de morte por convicção. Não apenas convicção religiosa mas convicção política" declarou.
O presidente chegou a levantar dúvidas sobre o julgamento do ex-ditador. "Eu não sei se o julgamento do Saddam Hussein foi um julgamento ou foi uma vingança", disse. "De qualquer forma, eu acho que isso não resolve o problema do Iraque. Eu acho que a violência vai continuar. A minha idéia é que o Iraque só vai ter a solução de seus problemas quando os próprios iraquianos tomarem as decisões certas ou erradas e tomarem o destino nas suas próprias mãos", argumentou.
Lula criticou o fato de "gente de fora" opinar na política do Iraque. Segundo ele, isso não daria certo em nenhum lugar. "Não dá certo lá, não daria certo no Brasil, não daria certo na Argentina, não daria certo na Rússia e muito menos daria certo nos Estados Unidos", disse.
"Eu penso que os que estão hoje ocupando o Iraque têm de ter consciência de que o Iraque só irá encontrar paz quando permitirem que as divergências internas sejam resolvidas por eles mesmos. Enquanto tiver gente achando que de fora pode dar solução, não vai ter solução", concluiu Lula.