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Lula adverte Bush sobre questões agrícolas

08 set 2003 às 16:37

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu hoje um duro recado ao presidente do Estados Unidos, George W. Bush: se as negociações sobre as barreiras agrícolas impostas ao Brasil não avançarem durante a Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC), não será possível avançar nas negociações sobre as demais áreas discutidas durante o encontro.

O presidente brasileiro recebeu um telefonema de Bush na manhã de hoje para discutir detalhes da Conferência da OMC - que vai ser realizada esta semana em Cancún, no México.


O presidente Lula disse que o texto preparado pelo presidente da OMC sobre a questão agrícola "não satisfaz" as negociações previstas para a rodada, mas considera que os debates em Cancún serão uma oportunidade "valiosa" para preparar as próximas negociações.


Lula deixou claro, porém, que o Brasil não quer esperar a rodada de Doha para que os interesses do país sejam atendidos no setor agrícola. "Junto com outros países em desenvolvimento, o Brasil preparou proposta que visa a manter o nível de ambição original.


Esse grupo (o "G-20") representa 65% da população rural e cerca da metade da população mundial. Sem avanços significativos na negociação agrícola, não será possível avançar nas demais áreas", afirmou Lula.


Bush disse que valoriza o papel do Brasil na OMC e adiantou que o representante especial para o comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, vai procurar o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, durante o encontro de Cancún para que os dois países possam trabalhar juntos na promoção do consenso.


O presidente Lula garantiu que o ministro Celso Amorim está sendo instruído para trabalhar ativamente pelo consenso durante a Conferência. "O Brasil quer preservar e fortalecer a OMC e o sistema multilateral de comércio", disse Lula.


Bush também aproveitou o telefonema para manifestar sua satisfação com os entendimentos, recém-alcançados pela OMC em Genebra, que solucionaram de forma satisfatória para os EUA e para o Brasil o ponto pendente na Declaração de Doha sobre o Acordo de TRIPs (Propriedade Intelectual relacionada ao comércio em sua sigla em inglês) e Saúde Publica.

Fonte: Agência Brasil


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