Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Assassinato foi condenado pela Rússia

Líder do Hamas é morto em Teerã e Irã promete punir Israel

Igor Gielow - Folhapress
31 jul 2024 às 09:15

Compartilhar notícia

- Reprodução/Canva
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi morto em um ataque aéreo em Teerã na madrugada desta quarta (31), levando a crise iniciada com o megaatentado terrorista do grupo palestino contra Israel em outubro passado a um passo de uma guerra ampliada no Oriente Médio.


O líder supremo iraniano, Ali Khamenei, acusou o Estado judeu pelo ataque. Israel "fez por merecer a dura punição" que receberá, "uma obrigação do Irã", disse ele na mídia estatal do país. O assassinato foi condenado por aliados de Teerã, como a Rússia, e interlocutores próximos do Hamas na região, como a Turquia.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

Ele ocorre em um momento extremamente delicado, colocando a tensão na região em um ponto de inflexão. Na terça (30), Israel anunciou ter matado o comandante operacional do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute.

Leia mais:

Imagem de destaque
Direitos LGBTQIA+

Justiça de Hong Kong reconhece direitos de moradia e herança para casais do mesmo sexo

Imagem de destaque
Mais velho do mundo

Homem que nasceu no dia do naufrágio do Titanic morre aos 112 anos

Imagem de destaque
Pena máxima

França pede 20 anos de prisão a marido de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada por dezenas de homens

Imagem de destaque
Reverência para a brasileira

Marta vence primeiro título nos Estados Unidos com Orlando e estadunidenses se rendem à 'rainha'

A milícia fundamentalista xiita libanesa é o principal preposto do Irã na região, combatendo o Estado judeu e os interesses dos Estados Unidos desde sua fundação, em 1982. O Hezbollah ainda não confirmou a morte do líder, mas disse que ele estava no prédio destruído na capital.

Publicidade

O mundo foi dormir preocupado com o risco de escalada que a ação traria, só para acordar em meio a um cenário ainda mais grave. Até aqui, o ponto mais alto havia sido o ataque com mísseis e drones do Irã contra Israel em abril, em retaliação pela morte de um general de Teerã no Líbano, mas resposta comedida de Tel Aviv baixou a fervura.

O regime de Khamenei passa por um momento de contestação e sofre com dificuldades econômicas, o que ajudou a moderar o apetite por um conflito aberto, que poderia envolver os EUA. 

Publicidade


"É óbvio que os organizadores desse assassinato político sabem das consequências perigosas dessa ação", disse a chancelaria russa, que pediu calma para tirar "o Oriente Médio da beira da guerra".

Imagem
Título da página
Descrição da página


Israel não assumiu o ataque a Haniyeh, mas a essa altura é basicamente indiferente se o fizer ou não. O assassinato, "um ataque traiçoeiro sionista", é um "ato covarde que não ficará impune", disse um líder do Hamas, Moussa Abu Marzouk. Israel tem uma longa história de ações infiltradas no seu maior rival existencial, como no caso do assassinato de cientistas nucleares iranianos nos anos 2010.

Publicidade

Haniyeh, 61, foi morto com um guarda-costas em uma casa para veteranos de guerra no norte da capital iraniana. O país ainda não divulgou detalhes da ação, mas disse que um "projetil aéreo" atingiu o edifício.

A circunstância particular do assassinato adiciona insulto à injúria, aos olhos do Irã. Haniyeh havia participado da posse do novo presidente do país persa, Masoud Pezeshkian, que foi eleito no começo do mês para substituir o radical Ebrahim Raisi, morto em um acidente de helicóptero.

Publicidade

Pezeshkian é um moderado, no papel, mas inicia seu mandato sob a pressão da morte do aliado em sua casa. Haniyeh era tratado como um chefe de Estado, e estava na primeira fila no evento da posse -quase ao lado do representante do Brasil, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).

O palestino era líder do Hamas, cujo nome é o acrônimo árabe para Movimento de Resistência Islâmica, desde 2004, quando assumiu o controle do grupo após a morte de seu chefe espiritual, o xeque Ahmed Iassin - assassinado por Israel.

Publicidade

Desde 2017, numa divisão interna de poderes, ele era o presidente político do grupo. Morava em Doha, no Qatar, e transitava com desenvoltura pela região. Era visto com frequência em Ancara e Moscou, e cultivou a fama de negociador pragmático, apesar de dono de retórica incendiária.


A família de Haniyeh já havia sido alvejada na guerra atual. Ele perdeu três filhos e quatro netos em ataques com drones israelenses no norte de Faixa de Gaza, e teve sua casa destruída.

Publicidade

Desde o início do conflito em Gaza, onde Haniyeh nasceu em um campo de refugiados, as ações do Hamas contra Israel em solo são comandadas por Yahya Sinwar. Segundo relatos das mídias árabe e israelense, os líderes divergiam acerca de táticas e do processo de negociação com Tel Aviv -o Hamas ainda tem mais de cem reféns do ataque de 7 de outubro em mãos.


Imagem
Título da página
Descrição da página


Agora, esse processo deve desandar de vez, e ser solapado pelo risco de uma guerra regional que já era desenhado com o atrito entre Israel e o Hezbollah. Entram também na equação os houthis do Iêmen, grupo rebelde pró-Irã que comanda a capital do país e promove uma campanha de ataques no mar Vermelho em apoio aos palestinos.

Todos são parte do que Teerã chama de Eixo da Resistência, que inclui também a Síria e uma miríade de grupos radicais na região, em países como o Iraque. No grande jogo da Guerra Fria 2.0, são apoiados ostensivamente pela Rússia e, em grau mais discreto, pela China.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou o assassinato, que qualificou como um "ato covarde", e instou os palestinos a se manterem unidos contra Israel. Há uma semana, sua facção política, o Fatah, assinou um acordo de reconciliação com o Hamas em Pequim.

Em 2006, a eleição de Haniyeh como primeiro-ministro palestino jogou os grupos em lados opostos, numa crise que acabou no ano seguinte com o Hamas assumindo o controle de Gaza -deixando a Cisjordânia para o Fatah, que comanda a Autoridade Nacional Palestina, ente reconhecido internacionalmente como o governo legítimo da região.

Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo