O peronista progressista Néstor Kirchner, 53, assumiu a Presidência da Argentina na tarde deste domingo afirmando que o país honrará seus compromissos financeiros, mas "não pagará a dívida externa às custas da fome e da exclusão do povo".
Diante de 13 chefes de Estado latino-americanos, Kirchner foi empossado na Câmara dos Deputados, na primeira cerimônia de sucessão presidencial realizada no Congresso em toda a história. Eduardo Duhalde lhe entregou o bastão e a faixa presidencial com as cores da bandeira do país.
"Não se trata de não cumprir os compromissos da dívida. Não temos o projeto do default [moratória]. Mas também não podemos pagá-la à custa de adiar a educação e a saúde dos filhos dos argentinos."
O ex-governador da província de Santa Cruz (sul) assumiu o país, que emerge da pior crise em sua história, com o compromisso de enfrentar a pobreza em que vivem 20 milhões dos 36 milhões de habitantes.
No discurso, também defendeu o equilíbrio fiscal, dizendo que "não se pode gastar mais do que entra", e declarou que "crescendo a economia, crescerá a capacidade de pagar a dívida".