Uma frota de navios japoneses começou neste domingo uma expedição para caçar baleias-corcundas (também chamada de baleia-jubarte), pela primeira vez em décadas.
A caça, que acontece até abril no Pacífico Sul, conta com quatro navios e 239 homens. Eles têm instruções de matar até mil baleias, incluindo 50 corcundas.
A viagem quebra a moratória de 44 anos sobre a caça deste tipo de baleia, que estava seriamente ameaçada de extinção na época da proibição.
"As corcundas são muito sensíveis e vivem em comunidades próximas, então uma morte pode ser extremamente prejudicial", disse o porta-voz da ONG Greenpeace Junichi Sato.
Um navio da organização não-governamental irá seguir a frota japonesa.
'Pesquisa' - O Japão foi obrigado a abandonar a caça comercial de baleias em 1986, mas desde então vem realizando o que chama de caça para "pesquisa científica".
Autoridades japonesas dizem que as populações de baleias-corcundas e também da baleia-fin estão de volta a níveis sustentáveis.
"As baleias-corcundas em nossa área de pesquisa estão se recuperando rapidamente", disse o porta-voz do Departamento de Pesca, Hideki Moronuki.
"Tirar 50 corcundas de uma população de dezenas de milhares não terá nenhum impacto", disse.
Ele afirmou ainda que a caça permite que biologistas marinhos estudem os órgãos internos dos animais.
A carne das baleias caçadas com fins científicos é vendida comercialmente, mas as autoridades japonesas negam que a expedição tenha o objetivo de obter lucro.
Ambientalistas dizem que o programa de pesquisa japonês é uma desculpa para manter a indústria da caça viva.
Já o governo japonês alega que a caça à baleia é uma tradição antiga do país e vem tentando reverter a moratória, sem sucesso, junto à Comissão Internacional da Caça à Baleia (IWF, na sigla em inglês).