O ministro da Defesa do Japão negou que tenha surgido uma disparidade entre Washington e Tóquio sobre a resposta à declaração de uma nova zona de defesa aérea da China. Ele também condenou o movimento de Pequim como unilateral e "dogmático".
O ministro da Defesa Itsunori Onodera também questionou se a China agiu em resposta à entrada de aviões de outras nações em sua zona de defesa nos últimos dias."Eu acredito que o governo dos EUA está tomando a mesma posição que o Japão", disse Onodera neste domingo (1º), em entrevista à emissora nacional NHK.
Os comentários do ministro da Defesa foram feitos após terem sido veiculadas informações de que o governo norte-americano teria aconselhado as empresas aéreas comerciais a cumprir as exigências chinesas de que fornecer antecipadamente os planos de voo das as aeronaves que entram na zona de defesa. Na semana passada, o Japão instruiu suas companhias aéreas a não cumprir as exigências de Pequim. "Pelo que confirmamos por meio dos canais diplomáticos, o governo dos EUA não chamou as aéreas a cumprir (a demanda chinesa) sobre planos de voo", disse Onodera.
O ministro da Defesa reiterou a condenação de Tóquio à medida chinesa, tomada no último dia 23, de configurar uma zona de defesa aérea. A área indicada por Pequim se sobrepõe a áreas de países como Taiwan, Coreia do Sul e Japão, além de regiões em disputa, como ilhas localizadas no Mar Oriental da China, conhecido como Senkaku no Japão e Diaoyu na China.
Onodera citou alguns dos fatores que sustentam as objeções do Japão para o estabelecimento da zona de defesa. Ele disse que as ilhas são território japonês e, como tal, o espaço aéreo em torno delas nunca poderia ser reconhecido como chinês. Ele também disse que o movimento desafiou as normas internacionais sobre o uso do espaço aéreo e apontou que a criação de tais áreas de defesa geralmente é feita com a consulta aos países vizinhos que poderiam ser afetados. "Levando em conta todos esses fatores, tudo foi unilateral e dogmático", disse.
O ministro também lançou dúvidas sobre a alegação de Pequim que tinha tomado uma medida para verificar a aeronaves que atravessaram a zona de defesa. "Nós não temos nenhuma evidência de qualquer encontro de aviões na área, por isso, no que nos diz respeito, a situação do ar tem sido normal", afirmou.
O porta-voz da força aérea chinesa, Coronel Shen Jinke, disse na última sexta-feira (29) que a China teria enviado alguns de seus caças mais avançados, incluindo jatos de combate SU-30 e J- 11, para monitorar dois aviões de vigilância dos Estados Unidos e 10 aeronaves japonesas que estavam dentro da recém declarada zona de defesa aérea.
O vice-presidente dos EUA, Joe Biden, deve visitar o Japão nesta semana e se reunirá com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, em meio à crescente tensão entre a China e o Japão. Onodera disse que eles vão discutir a segurança regional e reafirmar a cooperação entre as duas nações sobre a questão da zona de defesa aérea da China. O ministro também comentou que Biden deverá discutir o assunto com o governo chinês quando estiver em Pequim, que também faz parte da viagem do vice-presidente norte-americano à Ásia Oriental. Fonte: Dow Jones Newswire.