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Japão fecha último reator nuclear

05 mai 2012 às 09:43

O Japão está fechando seu último reator nuclear em funcionamento neste sábado (5), deixando o país sem nenhuma energia atômica pela primeira vez em mais de quatro décadas.

O terceiro reator da usina de Tomari, na região de Hokkaido, é o último de mais de 50 a ter as operações suspensas para manutenção, desde que o tsunami de março de 2011 causou o desastre em Fukushima.


Até o ano passado, 30% da energia do país era nuclear, mas agora cada um dos reatores precisa passar por testes para demonstrar que eles são capazes de suportar terremotos e tsunamis.


Centenas de pessoas participaram de uma passeata pelas ruas de Tóquio para celebrar o que eles esperam que seja o fim na energia nuclear no Japão.


"Há tantas usinas nucleares, mas nenhuma funcionará hoje, graças a nossos esforços", disse o ativista Masashi Ishikawa à multidão.


'Falta de energia'


O governo japonês vem fazendo alertas de que o país enfrentará falta de energia durante o verão e defende a reabertura de reatores que já passaram pelos testes e foram considerados seguros - como dois reatores na usina de Ohi, no oeste do Japão.


Para que isso aconteça, é necessária a permissão das autoridades locais e ela ainda não foi concedida.


Empresas já foram avisadas de que pode haver consequências para a indústria, caso nenhuma usina nuclear volte a funcionar.


O correspondente da BBC em Tóquio Roland Buerk diz que o governo pode fazer pressão pela reabertura, mas vem se mostrando relutante em ir contra a opinião pública.


Combustíveis fósseis


Para suprir a demanda por energia, o Japão vem aumentando a importação de combustíveis fósseis e companhias de eletricidade estão colocando antigas usinas de energia em funcionamento.


Se o país conseguir passar pelo calor do verão sem apagões, analistas dizem que aumentará ainda mais a pressão pelo fim permanente do uso de energia nuclear.


Ao redor de Fukushima, usina que foi seriamente danificada pelo terremoto e tsunami de 2011, uma zona de exclusão de 20 quilômetros continua em vigor.

Explosões aconteceram em quatro dos seis reatores depois dos desastres naturais, devido a uma falha no sistema de resfriamento, o que levou a vazamentos radioativos e à evacuação forçada de milhares de pessoas.


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