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Itália resgata quase 400 pessoas em novo naufrágio no Mediterrâneo

06 ago 2015 às 17:10

As autoridades italianas resgataram nesta quinta-feira (6) 381 imigrantes em mais um naufrágio ocorrido a 24 quilômetros ao norte de onde outro barco tombou na costa da Líbia, na quarta (5), no mar Mediterrâneo. Dos imigrantes resgatados, 55 eram mulheres e 26, crianças.

A maioria dos passageiros é proveniente da Síria, Bangladesh e África subsaariana. Todos foram resgatados pelas Guarda Costeira italiana, que estava na região para participar de operações de busca do naufrágio ocorrido ontem.


Equipes ainda estão procurando sobreviventes do acidente ocorrido na costa da Líbia com uma embarcação que levava cerca de 600 pessoas. Até o momento, foram retiradas do mar com vida 373 pessoas. As autoridades encontraram 25 corpos, mas o número de vítimas pode aumentar.


De acordo com testemunhas, o barco tombou porque os imigrantes tentaram pular no mar quando avistaram uma embarcação de resgate da Marinha italiana. Cerca de 188 mil pessoas chegaram às costas europeias através do Mediterrâneo e mais de dois mil imigrantes morreram desde o início do ano na travessia do Mar Mediterrâneo, informou nesta semana a Organização Internacional para as Migrações.


A Comissão Europeia pediu hoje aos países-membros que não se limitem a lamentar cada novo naufrágio no Mediterrâneo e que tenham a coragem de tomar ações concretas para evitar mais tragédias.


"Do que precisamos, neste momento, é da coragem coletiva para passar das palavras a atos concretos, caso contrário as palavras soarão ocas", diz uma declaração comum assinada pelos representantes da comissão: o vice-presidente, Frans Timmermans; a alta representante para a política externa, Federica Mogherini; e o comissário para as Migrações, Dimitris Avramopoulos.


"A migração não é um tópico popular ou agradável. É fácil chorar em frente da televisão quando assistimos a estas tragédias. É mais difícil levantar-se e assumir responsabilidades", acrescenta a nota.


Horas antes do naufrágio na costa da Líbia, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, voltou a criticar a passividade dos países-membros da União Europeia (UE), instando-os a agir e admitindo recuperar os planos para um acolhimento obrigatório de cerca de 40 mil migrantes e refugiados.


"Os ministros, ao contrário dos cidadãos, têm a obrigação de agir. Fizemos uma proposta que ia longe, apesar de modesta diante do problema. (…) Os países-membros não nos seguiram (…). Se não chegarmos lá numa base voluntária, teremos de reconsiderar a proposta da Comissão", disse Juncker em entrevista à agência France Presse.


Na declaração conjunta de hoje, os três representantes da Comissão sublinham que a União Europeia tem trabalhado intensamente para prevenir as tragédias no mar e evocam a estratégia proposta em maio e que começa agora a ser aplicada. "Triplicamos os recursos dedicados ao salvamento e resgate no mar, o que permitiu resgatar mais de 50 mil pessoas desde 1º de junho", afirmam.

"Não há uma resposta simples, nem única, para os desafios que a migração coloca. Nem nenhum país-membro pode resolver eficazmente a migração sozinho. É claro que precisamos de uma abordagem nova, mais europeia", afirmam Timmermans, Mogherini e Avramopoulos.


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