Israel, que enfrenta uma onda de protestos internacional, anunciou nesta segunda-feira que não tem a intenção de aplicar, de maneira imediata, a decisão de expulsar o líder palestino Yasser Arafat. ''A decisão do gabinete não implica uma ação imediata'', afirmou à imprensa o chefe da diplomacia Sylvan Shalom.
O gabinete israelense de segurança tomou na quinta-feira passada a decisão de ''livrar-se'' de Arafat, provocando uma onda de protestos da comunidade internacional e dos palestinos, que se manifestaram em massa na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.
Shalom, que se declarou partidário de uma expulsão do presidente da Autoridade Palestina, reiterou que Arafat deveria ser considerado um obstáculo absoluto à paz. ''Enquanto Arafat estiver no poder, não haverá nenhuma possibilidade de paz com os palestinos'', disse.
Shalom também tentou minimizar as declarações do número dois do governo, Ehud Olmert, que afirmou no domingo que Israel se reserva o direito de eliminar fisicamente Arafat se for necessário.
Ação britânica - A secretária de Estado britânica para o Oriente Médio, Elizabeth Symons, convocou nesta segunda o embaixador de Israel para lhe dizer que as ameaças de eliminação física de Yasser Arafat eram ''inaceitáveis'', informou à AFP o Foreign Office. ''A baronesa Symons falou com o embaixador e expressou claramente que a expulsão do presidente Arafat seria uma coisa ruim para o interesse de uma paz de longa duração'', acrescentou o gabinete.
Liga Árabe - As ameaças a Arafat também foram motivo de uma reunião de urgência da Liga Árabe, no Cairo. ''Nós apelaremos ao Quarteto internacional (EUA-Rússia-ONU-União Européia) a intervir imediatamente junto ao governo americano e fazer pressão sobre Israel para impedir a aplicação da decisão de expulsar Arafat ou utilizá-la como ameaça'', declarou aos jornalistas o representante palestino junto à Liga, Mohamed Sobeih.
Nações Unidas - Já o coordenador das Nações Unidas para o Oriente Médio afirmou que ''o processo de paz israelense-palestino está bloqueado'' e expressou temer uma nova explosão da violência, depois da decisão de Israel de ameaçar de morte o líder palestino Yasser Arafat.
Informações da France Presse