O gabinete de segurança de Israel decidiu nesta quarta-feira (06) iniciar a construção de uma cerca na fronteira com o Egito para impedir a entrada no país de militantes palestinos através do deserto do Sinai.
Vinte e nove anos depois do acordo de paz entre Israel e Egito, a fronteira entre os dois países, que era considerada uma fronteira de paz, deve mudar totalmente de forma nos próximos meses.
O gabinete de segurança, que se reuniu com representantes do Exército e dos serviços secretos, decidiu aprovar a proposta do ministro da Defesa, Ehud Barak, e começar a construir a cerca em duas regiões consideradas as mais sensíveis: a área próxima da cidade de Eilat e a área de Nitzana.
No futuro, todos os 220 quilômetros ao longo da fronteira deverão ser fechados com uma cerca, de acordo com os planos israelenses.
Bloqueio
Segundo o gabinete, a razão principal para a decisão foi o rompimento do bloqueio à Faixa de Gaza decretado por Israel.
No dia 23 de janeiro, militantes do Hamas derrubaram partes do muro na fronteira de Rafah, que separa a Faixa de Gaza do território egípcio, e centenas de milhares de palestinos saíram da Faixa de Gaza, principalmente para comprar alimentos e combustíveis, que ficaram escassos com o bloqueio israelense.
Segundo o chefe dos serviços secretos de Israel, Yuval Diskin, com a derrubada do muro de Rafah, militantes palestinos conseguiram transportar para a Faixa de Gaza grandes quantidades de armamentos que poderão ser usados contra Israel.
Financiamento
O gabinete instruiu o Ministério da Defesa a começar a preparar o projeto da cerca na fronteira com o Egito e também discutiu meios de financiamento.
O projeto deverá custar 1 bilhão de shekels (aproximadamente R$ 440 milhões) e as verbas deverão ser retiradas dos orçamentos de outros ministérios.