Um aguardado relatório da Comissão Independente de Queixas contra a Polícia Britânica (IPCC, na sigla em inglês), divulgado nesta quinta-feira, defende que seja retomado o inquérito para esclarecer a morte do brasileiro Jean Charles de Menezes, aponta falhas "muito graves" na operação e afirma que o comissário da Scotland Yard, Ian Blair, tentou obstruir a investigação após o incidente.
Segundo o documento divulgado nesta quinta, um inquérito sobre a morte de Jean Charles pode fornecer "uma oportunidade importante para a família de Menezes para ter suas próprias perguntas respondidas sobre as circunstâncias de sua morte".
O relatório também afirma que o julgamento em que polícia londrina foi condenada na semana passada "não marca o fim do processo legal sobre o incidente". Neste julgamento, a polícia foi condenada a pagar multa de 175 mil libras (cerca de R$ 634 mil) e mais 385 mil libras (cerca de R$ 1,394 milhão) pelos custos do processo por violar regras para garantir a segurança pública durante a operação em que o brasileiro foi morto.
A IPCC afirma ainda que, com inquérito, "no tempo apropriado", pode ser definido se alguma alta autoridade da polícia "deve enfrentar um processo disciplinar por causa do caso". Até agora, nenhum dos policiais envolvidos no caso, em nenhum escalão, foi apontado ou condenado como individualmente responsável pelas falhas.
O inquérito defendido pela IPCC e a família de Jean Charles foi aberto automaticamente dias após a morte do eletricista, como ocorre em todos os casos de morte violenta, mas acabou sendo suspenso para aguardar o resultado do julgamento da polícia metropolitana no mês passado. Segundo advogados da família, ele deve ser retomado em dezembro.
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