O procurador do Estado de São Paulo Cláudio Takeshi Tuda propôs ação indenizatória por danos morais contra a Igreja Católica no Brasil, arquidiocese de Sorocaba, pela prática de pedofilia por um padre. A ação pede 700 salários mínimos para cada uma das 13 crianças e adolescentes vítimas dos abusos.
De acordo com a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, o padre Alfieri Eduardo Bompani, que exercia o sacerdócio há mais de 30 anos, foi denunciado e condenado a 93 anos de reclusão por atentado violento ao pudor. No decorrer da investigação policial, foram apreendidos documentos, fotografias, imagens, contos e diários de autoria do padre, com registro de abusos sexuais a crianças e adolescentes carentes, muitas das passagens grafadas com códigos e simbolismos, posteriormente traduzidas pela perícia técnica.
Segundo informações do Última Instância, o padre foi preso provisoriamente em 9 de abril de 2002, solto em 19 de abril do mesmo ano e, em 8 de setembro de 2003, foi decretada sua prisão preventiva, na mesma data em que a denúncia do Ministério Público foi recebida. A sentença foi proferida pela 2ª Vara Criminal local e o padre continua preso. A Assistência Judiciária Criminal de Sorocaba passou a atuar nos autos no exercício da Curadoria Especial no resguardo dos interesses das vítimas.
A ação de indenização foi proposta em favor de 13 crianças e adolescentes carentes, que sofreram abusos do padre Alfieri, nas últimas décadas. Dentre as vítimas havia crianças de 5 e 6 anos e um deficiente mental. Os menores seriam aliciados pelo padre e transferidos, em regime de internato, para a "Casa Paroquial" ou para o "Sítio Nazaré", abrigo de instituição civil filantrópica do qual o religioso exercia a presidência. Estima-se o abuso de mais de cem crianças, com históricos de abandono ou violência doméstica.
No pedido de indenização, o procurador alegou que o padre é responsável, pessoal e diretamente, pelos traumas às vítimas.