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Identificadas 241 rotas da exploração sexual infantil

21 jul 2003 às 08:53

O Brasil já conhece as rotas do tráfico e da exploração sexual infantil. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Referência, Estudos e Ações sobre Crianças e Adolescentes em 2001/2002 mostrou que existem 241 rotas do crime no
Brasil. O que ainda está escondido é a identidade dos exploradores.

Descobrir os autores dos crimes e encaminhá-los à Justiça para que sejam punidos são algumas das providências da comissão parlamentar de inquérito mista que investiga a violência e exploração sexual de crianças e adolescentes. A CPI foi instalada no dia 12 de junho e tem prazo até dezembro para apresentar um relatório que concluirá o trabalho de investigação dos deputados e senadores.


O caminho escolhido para a condução dos trabalhos foi a criação de um grupo de trabalho que analisará os depoimentos de pessoas que coordenaram pesquisas sobre exploração sexual em todo o país. O grupo também vai viajar pelo Brasil para recolher documentos sobre esse tipo de crime nas diversas capitais do país.


A relatora da CPI Mista, Maria do Rosário (PT-RS) e a presidente da comissão, a senadora Patricia Saboya (PPS-CE), já promoveram audiência pública com os coordenadores da Pesquisa sobre Tráfico de Mulheres, Crianças e Adolescentes para fins de exploração sexual comercial no Brasil (Pestraf).


Um dos pontos levantados pelos estudiosos é a demora na solução dos casos de exploração sexual causada pela pequena quantidade de estudos confiáveis sobre o tema. "No Sudeste, os poucos dados disponíveis davam a impressão de que ali não havia exploração sexual", disse Welinton Pereira da Silva, coordenador da pesquisa em São Paulo. Só neste estado foram mapeadas 35 rotas do crime de exploração sexual.


A primeira diligência da CPI da Exploração Sexual foi realizada no Rio de Janeiro, onde, em um dia inteiro de trabalho, o grupo descobriu ligações do crime organizado com o tráfico de crianças e adolescentes para fins sexuais.

"Estamos convencidos da relação entre o extermínio, o tráfico de drogas e a exploração sexual", confirmou a relatora da comissão, Maria do Rosário. Ela informou que as próximas visitas serão feitas à região Nordeste, conhecida pelo alto índice do turismo sexual.


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