François Hollande assumiu nesta terça-feira (15) como presidente da França, numa cerimônia que traz um socialista ao poder num momento em que a crise fiscal da zona do euro se agrava cada vez mais e a economia francesa dá sinais de estagnação.
Hollande, que derrotou o então presidente Nicolas Sarkozy no segundo turno da eleição presidencial, no último dia 6, começará a lidar imediatamente com a crise europeia ao viajar ainda hoje para Berlim para se reunir com a chanceler alemã, Angela Merkel.
"Meu mandato é fazer uma reviravolta na França de maneira justa e abrir um novo caminho na Europa", disse Hollande durante o discurso de posse.
O novo presidente francês prometeu desafiar Merkel, que tem imposto duros cortes de gastos como o melhor remédio para curar as finanças públicas dos países europeus endividados, com a recomendação de políticas pró-crescimento.
No entanto, o encontro de Hollande e Merkel tem como pano de fundo as difíceis negociações entre os líderes gregos para a formação de um governo de coalizão. O fracasso das conversas pode levar a Grécia a deixar a zona do euro.
Em casa, Hollande herda uma economia sem fôlego. Números divulgados hoje mostram que a economia francesa ficou estagnada no primeiro trimestre e expandiu apenas 0,1% nos últimos três meses de 2011.
O crescimento anêmico - o Banco da França prevê nova estagnação no segundo trimestre - tornará difícil a tarefa de Hollande de controlar a taxa de desemprego, que chegou a 10%, o maior nível em 13 anos.
Além disso, a Comissão Europeia alertou a França na semana passada que, sem mudanças na política econômica, o país não conseguirá reduzir o déficit orçamentário a 3% do produto interno bruto (PIB) em 2013, como foi estabelecido para todos os países da zona do euro. As informações são da Dow Jones.