"A Bayer está tentando introduzir no Brasil o milho transgênico criado para ser resistente ao agrotóxico que a própria Bayer fabrica. Recentemente, a empresa vem sofrendo represálias e protestos em diversos países por ter contaminado o estoque mundial de arroz com variedades transgênicas ilegais". É o que denuncia o Greenpeace, que alerta: "Além de contaminar nossas lavouras, o cultivo desse milho transgênico resistente ao agrotóxico no Brasil pode expor a saúde dos brasileiros a riscos inaceitáveis, como náuseas, diarréia, nascimento de fetos prematuros e até mesmo aborto", acrescenta a organização.
O Greenpeace também destaca que agora, a CTNBio, comissão do governo que avalia a segurança de transgênicos, está discutindo a liberação do milho da Bayer. "No entanto, pode ser que esses riscos para a saúde e para o meio ambiente não sejam levados em conta", adverte a ONG.
Recentemente, a mídia tem publicado diversas notícias sobre o pedido feito pela Bayer para a liberação comercial do milho transgênico resistente ao agrotóxico glufosinato de amônio, que a própria Bayer fabrica. Atualmente, o processo de liberação comercial desse milho está tramitando na CTNBio.
O Greenpeace adverte também que há evidências de que a quantidade de resíduos de agrotóxico presente nesse milho transgênico é muito maior do que o que é permitido e seguro para consumo humano. "O milho transgênico que a Bayer está tentando aprovar aqui no Brasil foi proibido na Áustria e não é plantado comercialmente em nenhum país da União Européia. A própria Bayer retirou seu pedido de liberação em diversos países, alegando que seria economicamente inviável produzir esse milho seguindo todas as medidas de segurança necessárias para evitar a contaminação de plantações vizinhas".
Para o Greenpeace, essa é uma tentativa de introduzir no Brasil uma variedade que não deu certo em outros países, dando à população brasileira um respeito menor do que o que é dado a outros países e outros povos. "Isso é inaceitável. O Brasil não pode ser tratado como cobaia. Cabe à empresa realizar testes sérios, abrangentes e independentes para avaliar a segurança de sua variedade transgênica para o meio ambiente e para a saúde humana. No entanto, esses estudos nunca foram apresentados".