O governo da Grécia admitiu neste domingo (2) que seus cortes no déficit orçamentário para 2011 e 2012 não vão alcançar as metas estabelecidas pela União Europeia e o FMI.
As projeções mostram que o déficit para 2011 será de 8,5% do PIB do país, o que significa uma queda em relação aos 10,5% registrados em 2010, mas ainda não alcança a meta de 7,6%.
O governo também divulgou a projeção de déficit para 2012 que será de 6,8% do PIB, ainda sem alcançar a meta de 6,5%.
O Ministério da Economia informou neste domingo que as medidas de austeridade, que geraram uma onda de protestos no país, deverão ser aplicadas por todos para que a Grécia consiga diminuir o déficit.
"Ainda restam três meses críticos em 2011, e a estimativa final de 8,5% pode ser alcançada se o Estado e os cidadãos responderem de forma adequada", informou o Ministério em uma declaração.
Uma declaração do governo grego, logo depois de uma reunião de emergência do gabinete de governo em Atenas, neste domingo, informou que há um buraco de US$ 2,5 bilhões no orçamento, pois a economia está em uma situação bem pior do que o previsto.
Segundo o governo grego, a contração da economia do país em 2011 foi de 5,5%, bem maior do que a estimativa de maio, de 3,8%.
A situação da economia da Grécia causou turbulência nos mercados financeiros internacionais e gerou dúvidas quanto às perspectivas econômicas de toda a zona do euro.
Projeção
Neste domingo o governo da Grécia aprovou o projeto de orçamento para 2012.
Além disto, também foi aprovada uma medida que coloca 30 mil funcionários públicos em uma chamada "reserva de trabalho", até o final de 2011. Isto significa que estes funcionários receberão apenas parte de seus salários com a possibilidade de serem demitidos depois de um ano.
"A medida da reserva de trabalho foi aprovada por unanimidade", disse um vice-ministro à agência de notícias Reuters.
Esta medida, junto com outros cortes salariais e aumentos de impostos, é parte de um pacote que visa convencer os credores internacionais que o governo está tentando equilibrar as contas do país.
As medidas foram uma exigência da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI para garantir o pagamento da parcela de 8 bilhões de euros (cerca de R$ 20 bilhões) que visa impedir que Grécia tenha que decretar a moratória.
Os inspetores da comissão, do Banco Central Europeu e do FMI estão em Atenas para decidir se vão liberar a próxima parcela do pacote de ajuda. Em breve, eles devem divulgar suas conclusões e analistas afirmam que os inspetores não tem muita escolha a não ser aprovar a liberação da parcela.
No entanto, os gregos continuam não aprovando o pacote de medidas de austeridade e afirmam que estas medidas acabam com qualquer chance de crescimento para o país.