O governo do Canadá firmou compromisso de administrar oficialmente maconha para quase 600 pessoas que sofrem de doenças que não têm cura. A decisão deixou alguns médicos e grupos contrários à droga irritados.
Tudo começou nos tribunais. Em 1997 uma corte de Ontário autorizou um doente a consumir a droga com fins terapêuticos. A produção da maconha que seria utilizada por eles e por outros pacientes foi terceirizada, mas a erva produzida não era de boa qualidade e ainda restam dúvidas sobre os supostos efeitos terapêuticos da maconha.
Em janeiro deste ano, outro tribunal de Ontário deu seis meses para o governo encontrar um meio de administrar a droga aos quase 600 doentes autorizados. O juiz do caso afirmou que o governo não poderia obrigar os doentes a negociar "os medicamentos" fora da lei e, portanto, teria que encontrar uma forma de distribuir a droga.
Na quarta-feira a ministra da Saúde do Canadá anunciou um plano que permite que os doentes consigam até 30 gramas de maconha por mês a US$ 1.09 ou paguem anualmente US$ 14,60. A ministra alertou, no entanto, que o governo do Canadá vai apelar da decisão do tribunal e pode suspender o programa a qualquer momento.