A Guiné-Bissau, país africano de língua portuguesa, foi palco neste domingo do seu terceiro golpe de estado desde a independência. O poder está nas mãos de um comité militar, presidido pelo Comandante do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) do país.
O general Veríssimo Correia Seabra assumiu a presidência do proclamado Comité Militar para a recuperação da Ordem Constitucional Democrática, que destituiu o presidente Kumba Ialá e assumiu a presidência interina do país até à realização das eleições gerais.
O general Emílio Costa, vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, é o número dois do Comité Militar, que integra todas as altas patentes militares do país. O presidente deposto, Kumba Ialá, está detido no quartel-general das Forças Armadas e o primeiro-ministro, Mário Pires, que se encontra no sul do país, também vai ficar sob custódia militar.
O general Veríssimo Seabra já garantiu que o presidente deposto pode abandonar o país se o desejar. O novo líder do país justificou a tomada do poder constitucional alegando incapacidade de Kumba Ialá em resolver os problemas mais prementes do povo guineense.
A União Geral dos Trabalhadores da Guiné (UNTG) também considerou o golpe de Estado previsível tendo em conta que o presidente deposto, Kumba Ialá, "criou uma situação dramática" no país.