O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, fez uma visita surpresa ao Iraque nesta segunda-feira (03), duas semanas antes de a Casa Branca apresentar ao Congresso americano um novo relatório sobre os progressos no país.
Bush chegou à base aérea de Al-Asad, na província de Anbar, a oeste da capital, Bagdá, acompanhado da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e pelo conselheiro nacional de Segurança americano, Stephen Hadley, entre outros assessores.
Bush se reuniu com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki, e o presidente do país, Jalal Talabani, que viajaram a Anbar para se encontrar com ele. Para Maliki, que é xiita, esta foi apenas a terceira visita que fez à província predominantemente sunita, desde que assumiu o cargo.
'Último grande encontro'
A agenda do presidente previa encontros com líderes iraquianos e os principais comandantes americanos no Iraque. Bush está a caminho da Austrália, onde vai participar de uma cúpula econômica com líderes da Ásia e do Pacífico.
Segundo o porta-voz do Pentágono Geoff Morrell, "este é o último grande encontro entre assessores do presidente e líderes iraquianos antes de Bush decidir qual será o próximo passo".
A expectativa é que Bush use a visita para defender seu argumento de que o aumento do número de tropas americanas no Iraque está ajudando a estabilizar o país.
O comandante militar americano no Iraque e o enviado americano para o país vão apresentar ao Congresso dos Estados Unidos um relatório sobre o aumento das tropas ainda este mês.
As próximas duas semanas devem ser críticas para o presidente, já que a Casa Branca tem até o próximo dia 15 para apresentar seu relatório ao Congresso.
A bancada democrata e alguns congressistas republicanos vêm aumentando a pressão para que as tropas dos EUA comecem a deixar o Iraque, depois de mais de quatro anos de conflito que já causaram a morte de 3.700 soldados americanos e dezenas de milhares de iraquianos.
Segundo o correspondente da BBC em Bagdá Hugh Sykes, a decisão de Bush de visitar as tropas na província de Anbar é significativa porque a região é um dos centros da insurgência sunita.
Mas o governo americano acredita ter alcançado grande sucesso, reduzindo a ameaça dos grupos militantes árabes sunitas no Iraque - como a Al-Qaeda - principalmente porque várias tribos locais se voltaram contra eles.
Vários líderes religiosos têm sido mortos por demonstrar apoio às tropas liderados pelos EUA e por dar sermões contra a Al-Qaeda nas rezas de sextas-feiras.
BBC Brasil