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Funcionários dos Correios entram em greve

14 set 2005 às 09:34

Funcionários dos Correios em 25 estados e no Distrito Federal deflagaram greve por tempo indeterminado a partir desta quarta-feira (14). O movimento não foi iniciado apenas no Sergipe, onde a assembléia foi suspensa por uma liminar judicial obtida pela direção da empresa. Nas regiões de Santos e do Vale da Paraíba (SP), haverá assembléias nos próximos dias.

No Paraná, assembléias realizadas em Curitiba, Maringá, Cascavel, Londrina, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Goioerê decidiram, por unanimidade, dar início imediato à greve, antes mesmo da meia-noite.


Sob chuva e frio, dezenas de trabalhadores passaram esta noite acampados em frente à sede estadual dos Correios no Paraná, localizada na rua João Negrão, em Curitiba. Durante a greve, este será o principal local de concentração dos trabalhadores na capital paranaense.


Em São Paulo, logo após participarem de uma assembléia na praça da Sé (região central), os manifestantes promoveram piquetes na marginal Tietê e no setor de cargas do aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos (Grande São Paulo), conforme informou o sindicato.


Pela manhã, eles pretendem parar agências e impedir a saída de carteiros dos centros de distribuição da empresa. Outra assembléia está marcada para as 15h, no vão livre do Masp, na avenida Paulista (região central).


Paraná


A greve dos trabalhadores nos Correios do Paraná conta com a adesão de 80% dos 5.400 trabalhadores do estado. A avaliação é do secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores nos Correios (Sintcom-PR), Nilson Rodrigues.


Em Londrina, segundo o presidente sindical Paulo Sérgio Gomes do Prado, a adesão à greve foi de 40%, sendo a maioria nas agências centrais.


De acordo com Prado, as correspondências estão paradas no Centro de Tratamento de Cartas e Encomendas. Só nas primeiras horas da manhã mais de 200 mil objetos não foram distribuídos pelos funcionários.


A direção dos Correios afirmou que funcionários temporários e transportes alternativos garantirão o serviço. As dependências do 5º BPM serão utilizadas provisoriamente para a triagem das correspondências.



Reivindicações


Os trabalhadores dos Correios reivindicam um aumento salarial da ordem de 47,17%, resultado da soma da reposição da inflação dos últimos 12 meses (6,61%), da reivindicação de reajuste real (20%) e da primeira de três parcelas das perdas de anos anteriores.


Segundo o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), no total, as perdas salariais acumuladas entre 1994 e 2004 chegam a 52,53%, conforme cálculos do Dieese.


Um carteiro em início de carreira recebe hoje, em valores brutos, exatos R$ 448,28. O valor líquido dessa remuneração equivale a pouco mais de um salário mínimo.


Além da reivindicação de aumento salarial de 47,17%, os trabalhadores dos Correios reivindicam a elevação do piso salarial, de R$ 448 para R$ 932.


Direção dos Correios oferece reajuste de 8%


Em reunião com o comando de negociação dos trabalhadores, a direção dos Correios passou a oferecer, além do reajuste de 8%, a antecipação de uma referência salarial por antigüidade em janeiro de 2006, o que implicaria num reajuste total de 11,9% no início do próximo ano. A proposta de abono, antes de R$ 400, passou para R$ 600.


O Sindicato questiona de forma especial a concessão de abonos, que não são incorporados ao salário para futuros reajustes nem são levados em conta para o cálculo de aposentadorias.


O Brasil possui mais de 100 mil funcionários nos Correios. Em todo o Paraná, cerca de 5,6 mil carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem, além de funcionários administrativos, trabalham nos Correios. Em Londrina são cerca de 400 trabalhadores.

Fonte: Assessoria de Imprensa/Sintcom, ABr Folha Online


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