Depois de ter seus cidadãos ameaçados pelo grupo radical Estado Islâmico (EI), a França respondeu que não tem medo e está preparada para enfrentar as ameaças terroristas. O porta-voz do EI, Abu Mohamed Al Adnani, pediu hoje (22) aos muçulmanos, em mensagem difundida em várias línguas por meio da internet, para matarem "cidadãos dos países que participam na coligação internacional contra o Estado Islâmico". "Matem um infiel norte-americano ou europeu – especialmente um rancoroso e imundo francês", disse Adnani.
Na sexta-feira (19), a França realizou ataques aéreos a estruturas do EI no Iraque e se tornou o primeiro país a se juntar aos Estados Unidos na campanha aérea contra o grupo extremista, que tenta controlar regiões estratégicas para financiar seu projeto de recriar o califado, a forma islâmica de governo, extinguir as fronteiras e impor a sharia, a lei islâmica. O ataque aéreo contra um depósito logístico no Nordeste do Iraque atiçou a ira da organização contra os franceses.
O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, disse, em declaração transmitida pela televisão francesa, que "a França não tem medo" e "está preparada para responder às ameaças". O representante do governo francês acrescentou que "esta não é a primeira vez que a França é ameaçada por grupos terroristas que atacam os valores da tolerância, dos direitos humanos e da democracia que temos defendido ao longo de séculos".
Entre os milhares de voluntários que se juntaram à luta armada do EI, de dezenas de nacionalidades, estão muitos cidadãos franceses. Devido a disso, o governo do país tem se mostrado preocupado com o aumento do número de franceses combatendo do lado do grupo extremista na Síria e no Iraque e que, caso retornem ao território da França, representarão uma ameaça à segurança do país. Na semana passada, o Parlamento da França aprovou uma lei antiterrorista que prevê a proibição de viagens a todos os suspeitos de pertencer a grupos extremistas islâmicos.
Estados Unidos e França, nações que já estão realizando ataques aéreos a bases do EI, procuram apoio de outros países para formar uma coligação internacional contra o grupo radical que, segundo os líderes envolvidos, pode se tornar uma ameaça global se não for combatido.