Quarenta e nove caminhões transportando trigo da Argentina aguardavam no início da tarde desta terça-feira (22) para descarregar no depósito da estação aduaneira de Foz do Iguaçu, onde uma amostra da carga será enviada ao Laboratório de Análise Aduaneira (Labana) de Santos. O resultado das primeiras análises, colhidas de 25 caminhões que também descarregaram em Foz, será divulgado na quinta-feira (24).
A análise foi determinada dia 3 pela Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana) da Receita Federal a pedido da Associação Brasileira do Trigo (Abitrigo), que desde o ano passando vem denunciando que os argentinos introduzem no território brasileiro farinha de trigo misturada com sal como se fosse pré-mistura para tornar o produto ainda mais competitivo com o trigo nacional.
Enquanto a farinha de trigo exportada pela Argentina é taxada em 20%, o imposto que incide sobre a pré-mistura é de apenas 5%. A análise do trigo argentino transportado por caminhões que cruzaram a fronteira brasileira por Dionísio Cerqueira (SC) comprovou a adulteração, segundo a Abitrigo.
Uma delegação do governo argentino, chefiada pelo secretário de Indústria e Comércio, Miguel Peirano, virá ao Brasil quinta-feira para pedir que análise seja suspensa. A Argentina considera que esse procedimento viola o Certificado de Reconhecimento Mútuo e provoca grandes prejuízos aos exportadores daquele país.
Desde 2002, quando adotou impostos diferenciados para os derivados de trigo, as importações brasileiras da pré-farinha saltaram de 100 mil toneladas para 251 mil toneladas por ano.
Fonte: Agência Estado