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Família pede que governo autorize morte de irmãs siamesas

27 jun 2011 às 10:21

A família das gêmeas siamesas indianas Saba e Farah Shakeel pediu que o governo da Índia desse autorização para que elas fossem mortas, para evitar que continuem sentindo dor.

As gêmeas, de 15 anos, nasceram unidas pela cabeça, e se tornaram conhecidas em 2005, quando o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, xeque Mohammed bin Zayed al-Nahyan, decidiu pagar as despesas de sua cirurgia de separação.


Na época, a família das gêmeas optou por não realizar a operação. Mas nos últimos quatro meses, os pais de Saba e Farah decidiram pedir ajuda ao governo indiano para acabar com seu sofrimento.


As irmãs sofrem de fortes dores de cabeça e dores agudas em todas as articulações do corpo.


O irmão mais velho de Saba e Farah, Tamanna Ahmad, disse ao jornal indiano India Today que as duas estão presas na cama. "Até a fala delas se tornou mais confusa. Seus dedos e tornozelos estão retorcidos", afirmou.


Segundo Ahmad, a família não conta com ajuda financeira que permita pagar por um tratamento médico e prefere que as gêmeas morram para que seu sofrimento seja aliviado. "Minha mãe quer a permissão do presidente ou dos tribunais para que elas possam morrer."


Separação delicada


Em 2005, o xeque Mohammed al-Nahyan pagou pelas consultas das gêmeas com alguns dos maiores especialistas em separação de siameses no mundo, incluindo a equipe do neurocirurgião americano Benjamin Carson, do Hospital Pediátrico Johns Hopkins, em Baltimore.


O príncipe dos Emirados Árabes Unidos entrou em contato com Mohammed Shakeel Ahmad, o pai das meninas, através da embaixada do país na Índia, depois de ler uma reportagem sobre o caso.


Os médicos descobriram que as duas meninas compartilhavam uma artéria, que leva o sangue do corpo para o coração, e uma importante veia no cérebro. Além disso, elas possuem somente dois rins, ambos no corpo de Farah.


Segundo os especialistas, a separação completa só seria feita após uma série de operações, mas havia grande possibilidade de que uma das gêmeas morresse.


A família optou por não realizar as cirurgias por medo de perder uma das filhas, mas a condição das gêmeas se deteriorou com o passar dos anos. Médicos disseram à família que a dependência das gêmeas dos rins de Farah poderia causar pressão alta, perda de peso e fraqueza.


O pai de Saba e Farah sustenta a família de oito pessoas com o dinheiro obtido com uma casa de chá em Patna, no leste da Índia, mas disse ao jornal britânico The Daily Telegraph que não ganha o suficiente para os medicamentos que as duas filhas precisam. "As meninas querem viver e aproveitar a vida como outras pessoas, mas quando estão sentindo dores, elas choram e pedem ajuda", disse Shakeel.

A mãe das gêmeas, Rabia Khatoon, disse ao India Today que, se o governo não puder ajudar no tratamento, deve permitir que as gêmeas sejam sacrificadas. "Pelo menos será melhor do que vê-las sofrer todos os dias", disse.


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