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Falsa detetive dá golpe em 90 ilegais brasileiros

21 jan 2008 às 10:19

Uma espanhola foi presa no domingo acusada de enganar 90 imigrantes brasileiros em Madri, dizendo que era detetive especializada em imigração e prometendo documentos em troca de dinheiro. Em um ano ela arrecadou mais de R$ 900 mil.

A falsa policial (cujo nome não foi divulgado pela Brigada Central contra Redes de Imigração) se identificava com um falso crachá do Ministério do Interior e oferecia documentação por valores que variavam entre R$ 7,8 mil e R$ 9,1 mil cada um.



O contato com os imigrantes era feito através do boca-a-boca. A acusada fez amizades com brasileiros em bares da capital espanhola e do município de Torrejón de Ardoz (periferia) e uns imigrantes ilegais chamavam outros.


O acordo era pagar adiantado para conseguir licenças de trabalho e residência, carteiras de indentidade espanholas e até passaportes.


Ameaças


A falsa detetive dava um prazo de 15 a 20 dias para entregar os documentos (que nunca chegavam) e, quando os brasileiros reclamavam, a resposta era que a burocracia estava complicando a situação e que ela dependia de outros contatos dentro dos ministérios.


Quando havia queixas demais a solução para acalmar os ânimos era a ameaça. Segundo a polícia espanhola, muitos brasileiros confessaram que a acusada parecia muito segura e constantemente ameaçava de expulsão do país quem ficasse impaciente.


"Pelo que nos comentaram os imigrantes, ela falava de forma muito confiante, dizendo que era agente da autoridade. Ela se aproveitava de que as vítimas tinham medo, desconheciam os trâmites legais e acabavam satisfeitas com qualquer explicação", disse o portavoz da Chefatura Policial de Madri.


As investigações começaram no último mês de maio, quando surgiram as primeiras denúncias em Torrejón de Ardoz.


Segundo a polícia, a demora em prender a acusada e fechar a operação aconteceu porque os brasileiros tinham medo de ir às delegacias para prestar depoimento, já que todos vivem de forma ilegal no país.


Na casa da falsa detetive foram apreendidos recibos bancários de pagamentos dos imigrantes, cadernos com anotações de dados, inclusive fotografias das vítimas e cópias de passaportes brasileiros.


A Brigada Central contra Redes de Imigração avisou que os brasileiros que fizeram a denúncia não serão indiciados por crime de associação ilícita porque foram enganados.


Mas deverão voltar ao Brasil para pedir nos consulados suas respectivas licenças de trabalho e residência.

As informações são da BBc Brasil.


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