Os promotores começaram nesta terça-feira (4) a interrogar a ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, pela primeira vez desde que ela foi presa preventivamente na última sexta (31), por sua participação no esquema de corrupção que ficou conhecido como "Rasputina". A informação é da Agência EFE.
Os investigadores seguiram para o Centro de Detenção, a cerca de 15 quilômetros de Seul, e começaram a interrogar Park - que perdeu a imunidade presidencial ao ser destituída pelo Tribunal Constitucional no último dia 10 de março.
A promotoria decidiu fazer o interrogatório na prisão com o objetivo de evitar o esquema de segurança necessário para que a ex-presidente, a primeira mulher a comandar o país, se deslocasse até o centro da capital.
Antes de começar o interrogatório, os representantes do Ministério Público explicaram, em declarações citadas pela imprensa sul-coreana, que por causa dos horários da prisão, a sessão de perguntas de hoje não poderá durar mais do que oito horas.
A promotoria informou que planeja interrogá-la mais três ou quatro vezes, antes de oficializar as acusações contra ela, por volta do dia 15, para evitar que o processo coincida com o início, no dia 17, da campanha para as eleições presidenciais.
No dia 21 de março, Park, que sempre negou participação no caso, foi interrogada pela primeira vez pelos promotores durante mais de 20 horas.
Dez dias depois, um tribunal de Seul a interrogou durante mais nove horas, antes de conceder o mandado de prisão preventiva, solicitado pela promotoria.
Os promotores devem apresentar 13 acusações contra a ex-presidente, entre elas a de abuso de poder, coação e suborno, crime em que, na Coreia do Sul, a pena é de, no mínimo, dez anos de prisão, chegando à prisão perpétua.
Os investigadores consideram que Park confabulou com sua amiga Choi Soon-sil, conhecida como a "Rasputina" por sua influência sobre a ex-presidente, para criar uma rede que extorquiu US$ 70 milhões de empresas.