O líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, esteve ao alcance de tropas norte-americanas em dezembro de 2001, nas montanhas de Tora Bora, no Afeganistão, segundo um relatório do Senado. Segundo o documento, elaborado pelo Comitê de Relações Exteriores do Senado, o fracasso em capturar ou matar bin Laden quando este estava mais vulnerável teve graves consequências, como a atual insurgência no Afeganistão e o aumento dos conflitos no Paquistão.
O relatório foi preparado a pedido do presidente do comitê, senador John Kerry, num momento em que o presidente Barack Obama se prepara para enviar mais soldados ao Afeganistão.
Kerry, candidato democrata nas eleição presidencial de 2004, tem sustentado há muito tempo que a administração do ex-presidente George W. Bush perdeu a chance de prender o líder da Al-Qaeda quando este estava escondido na região montanhosa no leste do Afeganistão, apenas três meses após os atentados terroristas de 11 de setembro.
"A remoção do líder da Al-Qaeda do campo de batalha oito anos atrás não teria eliminado a ameaça extremista do mundo inteiro", diz o relatório. "Mas as decisões que abriram caminho para sua fuga para o Paquistão permitiram que Bin Laden ressurgisse como uma figura simbólica poderosa, que continua a atrair um fluxo contínuo de dinheiro e a inspirar fanáticos no mundo todo."
O relatório diz que documentos e registros do governo, além de entrevistas com figuras centrais dos acontecimentos, "eliminam quaisquer dúvidas e deixam claro que Osama bin Laden estava ao nosso alcance em Tora Bora".
Os Estados Unidos, diz o relatório, optaram por não realizar um ataque em massa. Na época, o então secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, temia que uma presença muito grande de tropas norte-americanas gerasse uma reação negativa. Além disso, ele disse que os indícios da localização de bin Laden não eram conclusivos.