O cerco se estreita no Iraque na busca pelo ex-ditador iraquiano, Saddam Hussein, uma semana depois da morte de seus dois filhos, Udai e Qusai, enquanto mais cinco soldados americanos morreram em ataques ocorridos no final da semana.
Segundo fontes militares americanas, citadas pela rede Sky News, as tropas perderam por 24 horas a chance de capturar o chefe da segurança de Saddam Hussein - e talvez o próprio ex-presidente - em um ataque em Tikrit, ao norte de Bagdá.
O tenente-coronel Steve Russel, da 4ª Divisão de Infantaria, declarou que os militares tinham feito uma incursão em três fazendas de Tikrit, cidade natal de Saddam Hussein, depois de terem recebido uma informação segundo a qual seu chefe de segurança residiria em uma delas, adiantou a televisão. Para o coronel James Hickey, ''o cerco se estreita em torno desses indivíduos. Começam a não ter lugares onde se esconder e é difícil para eles deslocar-se porque estamos por todas as partes''.
O líder do Conselho Nacional Iraquiano (CNI), Ahmed Chalabi, membro do Conselho de Governo transitório iraquiano instaurado pelos Estados Unidos, estimou que seria preferível capturar Saddam Hussein vivo. ''Acho que seria muito melhor para o povo iraquiano e para o mundo que Saddam Hussein fosse capturado vivo e julgado pelos crimes que cometeu contra o povo iraquiano, contra os vizinhos do Iraque e contra o mundo'', declarou Chalab em Londres à televisão BBC.
Em sua perseguição a membros do antigo regime, os militares norte-americanos revistaram domingo uma casa do bairro Mansur da capital, pensando que o tirano deposto estivesse ali, segundo testemunhas.
O proprietário da casa, Amir Rabiha Mohamed al Chamar, parente de Saddam Hussein, não estava presente quando ocorreu o ataque, mas depois disse à AFP que cinco iraquianos tinham morrido no tiroteio, sem precisar a origem dos disparos.
''Os soldados só responderam aos disparos'', assinalou o comandante Kevin West, da 1ª Divisão blindada.
Para o número dois do Pentágono, Paul Wolfowitz, a morte dos filhos de Saddam Hussein será útil para conseguir a pacificação do Iraque.
Desde o dia 1º de maio, quando o presidente americano George W. Bush anunciou o fim das operações militares mais importantes, eleva-se já a 49 o número de militares americanos mortos em ataques no Iraque.
Apoio - Os Estados Unidos informaram nesta segunda-feira que 30 países, entre eles os latino-americanos República Dominicana, Honduras, El Salvador e Nicarágua, concordaram em participar de uma força internacional de estabilização no Iraque, mesmo sem uma convocação da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os outros países que tomarão parte na força de paz são: Albânia, Azerbaijão, Grã-Bretanha, Bulgária, República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Geórgia, Hungria, Itália, Japão, Cazaquistão, Letônia, Lituânia, Macedônia, Mongólia, Holanda, Noruega, Filipinas, Polônia, Portugal, Romênia, Eslováquia, Coréia do Sul, Espanha e Ucrânia.